Para valorizar histórias de mulheres que fazem a diferença, a revista Donna realizou a cerimônia de entrega do Prêmio Donna Mulheres que Inspiram nesta segunda-feira (20). O evento ocorreu na Casa Destemperados, onde foram anunciadas as três vencedoras: Babi Souza, Marli Medeiros e Patrícia Palermo.
A equipe da revista consultou cerca de 100 profissionais de diferentes áreas, como cultura, ciência, moda, economia e ação social, além de jornalistas e colunistas do Grupo RBS, que foram convidados a nominar mulheres que fazem a diferença e que são inspiradoras em diferentes campos da sociedade. Foi formada uma comissão que chegou a uma lista com as 10 finalistas.
Na superedição de Zero Hora de sábado (25), Donna apresentará um perfil das três premiadas. Confira abaixo um pouco da história de cada uma:
Babi Souza
Criadora do movimento “Vamos Juntas?”, que estimula mulheres a convidar umas às outras para circular juntas e promoveu dezenas de outras iniciativas sob o conceito de sororidade, a irmandade entre mulheres. Para esse Carnaval, por exemplo, a página fez um ensaio mostrando o que é uma abordagem aceitável e o que deve ser considerado assédio. Hoje, simultaneamente ao “Vamos Juntas?”, ela toca a Bertha Comunicação, que impulsiona negócios geridos por mulheres no meio digital. O movimento já rendeu um livro – “Vamos Juntas? O Guia da Sororidade para Todas” (Record Galera, 2016).
Marli Medeiros
Com o Ensino Fundamental e três filhos debaixo do braço, Marli Medeiros saiu de Alegrete rumou a Porto Alegre em 1975 para ela e o marido trabalharem como zeladores no Bom Fim. Não demorou para Marli transformar o lugar em casa de passagem e, um a um, trazer os parentes da fronteira para a Vila Pinto, que passava por um programa de habitação popular na década de 1980. Por anos, comandou reuniões semanais entre mulheres que eram fiscalizadas de perto por traficantes. A grande oportunidade para a comunidade viria depois de Marli realizar um curso da ONG Themis, que fez dela promotora legal popular. O cargo a colocou em um ônibus com as 30 grandes pensadoras da questão da mulher no Brasil para um encontro na Argentina, em 1995.
Patrícia Palermo
Economista-chefe da Fecomércio-RS e professora universitária, Patrícia Palermo teve êxito em uma profissão em que, nos cálculos dela própria, “contam-se nos dedos as mulheres de referência e é capaz de não encher as mãos”. Nascida e criada em Porto Alegre, Patrícia é da primeira geração de sua família a entrar em uma universidade. Aos 18 anos, encantada com o conteúdo de uma palestra com um economista da ONU sobre pobreza, ela tomou a decisão de trocar a Farmácia pelas Ciências Econômicas da UFRGS em uma corrida de ônibus até o Campus do Vale. Acertou tanto na escolha que já era doutora antes dos 30. Não bastasse a dura tarefa de analisar o cenário brasileiro de crise econômica profunda desde 2014, Patrícia conciliou o trabalho na Fecomércio com um tratamento agressivo contra o câncer de mama que se estendeu até janeiro passado. Se orgulha, todavia, de jamais ter se afastado do trabalho.