O deputado Edu Oliveira (PSD) tomou posse nesta quarta-feira (28) em meio ao recesso parlamentar na Assembleia Legislativa. Ele vai ocupar a cadeira que era de Mario Jardel (PSD), que teve o mandato cassado na semana passada por quebra de decoro. A troca é saudada pelo Piratini, já que o governo contará com mais um voto favorável quando as propostas restantes do pacote de austeridade forem votadas no final de janeiro.
“Eu tenho compromisso regional que todo deputado tem. Eu sou da Fronteira Oeste, de Santana do Livramento, tenho que receber as demandas de Quaraí, de Rosário, de Uruguaiana, de Dom Pedrito, Bagé, São Gabriel, Alegrete. De outro lado, eu tive uma experiência no Executivo, que me obriga a ter a responsabilidade de auxiliar o governo”, relata.
Atual presidente do PSD, Oliveira disse acreditar que sigla teve responsabilidade no caso de Jardel, mas que ele foi afastado das funções partidárias assim que o Ministério Público deflagrou a Operação Gol Contra devido a indícios de lavagem de dinheiro, tráfico de drogas, entre outros crimes. Ainda assim, disse que não poderia impedi-lo de concorrer.
“A eleição dele se deu por voto direto, foram 40 mil rio-grandenses que votaram no Jardel e, sinceramente, não tínhamos como prever isso”, afirma.
Deputado
Oliveira ocupou o posto de vice-prefeito de Santana do Livramento na última legislatura. Concorreu à prefeitura nas últimas eleições, mas foi o menos votado entre os cinco concorrentes. Foi secretário de Modernização Administrativa e Recursos Humanos do governo Sartori.
O novo deputado não era o primeiro na lista de substitutos para a vaga de Jardel. No entanto, o 1º suplente, Tarciso Flecha Negra (PSD), não quis assumir a vaga na Assembleia. Ele foi reeleito no último pleito para mais quatro anos como vereador na Capital. Se decidisse trocar de Casa Legislativa, teria que renunciar o mandato na Câmara, abrindo espaço para o suplente, Claudio Conceição (DEM), que não pertence a sua sigla.
Jardel cassado
A cassação de Jardel foi unânime entre os 51 deputados que estavam em plenário no momento da votação. Ele foi acusado de quebra de decoro por manter funcionária fantasma, contratar advogado como assessor para defesa de processos pessoais e pagamento indevido de diárias. Tendo o deputado federal Danrlei (PSD) como cabo eleitoral, Jardel foi eleito em 2014 com mais de 41 mil votos.
Alegando estar em depressão - fato que já havia sido invocado por ele outras vezes ao longo do último ano, o ex-atleta foi condenado sem se defender pessoalmente das acusações. Na quinta-feira (22), dia da cassação, o advogado de Jardel também não apareceu na Assembleia para dar explicações no plenário.