A Polícia Federal deflagrou na manhã desta segunda-feira (5) a Operação Greenfield para apurar crimes de gestão temerária e fraudulenta em desfavor de quatro dos maiores fundos de pensão do país. São eles: Funcef, Petros, Previ e Postalis.
Ao todo, 560 policiais estão nas ruas para cumprir 127 mandados judiciais. São sete de prisão temporária, 106 de busca e apreensão e 34 de condução coercitiva nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Amazonas, além do Distrito Federal.
Em Porto Alegre, a PF cumpre dois mandados de busca e apreensão e um de condução coercitiva - o nome do alvo não foi divulgado. Um dos locais de busca é a sede do Grupo Bolognesi, na Avenida Plínio Brasil Milano, na Zona Norte.
A assessoria de imprensa confirmou que a PF esteve na sede onde funciona a dois braços do grupo, a Bolognesi Empreendimentos e a Bolognesi Infraestrutura, e que estes "não possuem qualquer relação com fundos de pensão". Diz, ainda, que "foram disponibilizados todos os documentos e informações solicitados pelos agentes".
A decisão judicial ainda determinou o sequestro de bens e o bloqueio de ativos e de recursos em contas bancárias de 103 pessoas físicas e jurídicas que são alvos da operação no valor aproximado de R$ 8 bilhões.
Operação
A ação é ancorada em 10 casos revelados a partir do exame das causas dos déficits bilionários apresentados pelos fundos de pensão. Entre os 10 casos, 8 são relacionados a investimentos realizadas de forma temerária ou fraudulenta pelos fundos de pensão, por meio dos FIPs (Fundos de Investimentos em Participações).
Durante as investigações, alguns núcleos criminosos restaram configurados: o núcleo empresarial, o núcleo dirigente de fundos de pensão, o núcleo de emrpesas avaliadoras de ativos e o núcleo de gestores e administradores dos FIPs.
Os investigados responderão por gestão temerária ou fraudulenta, além de outros crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, previstos na lei nº 7.492/86.
Greenfield
O nome da operação faz alusão a investimentos que envolvem projetos incipientes (iniciantes, em construção), ainda no papel, como se diz no jargão dos negócios. O contrário de investimentos Greenfield é o Brownfield, no qual os recursos são aportados em um empreendimento/empresa já em operação.