Natal é uma época especial. Para algumas pessoas, porém, neste ano, ele foi uma experiência única. O casal Viviane Wildner Lencina, 36 anos, e Flávio Dutra Lencina, 35 anos, tentava engravidar há dois anos. Em 2014, Viviane e Flávio decidiram adotar uma criança.
No final de novembro do ano passado, eles encaminharam os documentos no Fórum de Canoas para dar início ao processo. Ingressaram no Cadastro Nacional de Adoção (CNA) apenas em 22 de junho deste ano. Na época, o casal indicou o perfil das crianças que desejava: duas meninas, de qualquer etnia, com idade de zero a dez anos. A indicação desse perfil específico tornou o processo mais rápido. A surpresa foi uma semana depois serem chamados para conhecer a história de Mariana, dez anos.
"Em um primeiro momento, nós apenas vimos uma foto em preto e branco da Mariana e já nos apaixonamos por ela. O primeiro encontro foi em uma quinta-feira e durou uma hora. Em 15 minutos, a Mariana já nos chamou de pai e mão. Foi muito emocionante esse encontro. Meu coração transbordou de amor", contou Viviane.
Após vários encontros, os três viraram uma família completa em agosto. Quase quatro meses depois, a grande expectativa do tri era sobre como ia ser esse Natal.
"Ano passado, antes do Natal, nós comentávamos sobre como seria o próximo Natal, se ela ela já estaria com a gente ou não. Era muita expectativa. Essa semana de Natal nós comemoramos muito. Ela passou a semana toda dizendo que estava muito feliz em estar com a gente no Natal, que ela poderia comemorar com os pais dela para sempre todos os anos. Então, foi muita felicidade", relata a mãe de Mariana.
"Esse Natal foi muito especial porque eu estou com a minha família. Estou muito feliz", contou Mariana.
Não foi só para a família de Mariana que o Natal foi único. O cozinheiro Giuliano Santos Paiva, 42 anos, passou o feriado longe da cidade onde mora, São Lourenço do Sul. Neste momento, ele está no hospital Dom Vicente Scherer da Santa Casa. No entanto, a alegria é imensa.
Nesta sexta-feira (25), faz dez dias que ele recebeu o presente de natal: um novo rim. Em junho deste ano, os dois rins de Giuliano paralisaram. Deste então, ele precisou ser submetido três vezes por semana ao tratamento de hemodiálise. Em novembro, Giuliano deu início aos exames que o colocariam, mais tarde, na fila de transplante.
No dia 14 de dezembro, fez mais uma consulta na Santa Casa, em Porto Alegre. Quando retornava para São Lourenço, já na estrada, recebeu uma ligação. Encontraram um doador compatível. Foi na manhã do dia 15 que ele recebeu o transplante de rim. Giuliano passou a meia-noite de Natal sozinho no hospital, mas ele só tem a agradecer a esse momento.
"Já chorei, já sorri, já agradeci. Agradeço muito à família dessa pessoa que doou o órgão. Não conheço, não sei quem são, mas é emocionante demais. Eu me pego pensando que agora já posso tomar água. Coisa boa sentir o gosto da água! Eu não podia colocar uma gota de água na boca", desabafa Giuliano.