O corregedor da Assembleia Legislativa, Marlon Santos (PDT), afirma que uma escuta ilegal foi encontrada na sala onde fica a bancada do PSD no Legislativo. Segundo ele, o equipamento foi localizado após denúncia da defesa do deputado Mário Jardel e de testemunhas.
Nesta quinta-feira (10), ocorreram três depoimentos no procedimento para apurar a conduta de Jardel, líder da bancada do PSD - que só tem ele como integrante.
"O grampo estava na bancada do PSD. Eu pedi que, antes mesmo de qualquer audiência, por parte de outra autoridade, a gente ficasse por dentro da degravação [do áudio]", disse.
Conforme o corregedor, o equipamento encontrado na bancada está guardado em um cofre da Assembleia.
Marlon Santos também pediu ao presidente da Assembleia uma varredura em todos os gabinetes. Ele suspeita que tenha havido uma armação contra Mário Jardel. O parlamentar afirma ainda que novos elementos surgiram na investigação.
"Tem horas que até o Ministério Público foi vítima, ao que parece. Tem horas que dá para ver que há uma manipulação, em que até a imprensa também passa a ser manipulada", afirma.
Marlon Santos acrescenta que há conversas no WhatsApp que indicam que uma ação estava sendo programada por assessores de dentro do gabinete para "derrubar" Jardel.
"Uma coisa é a prova inusitada, que acaba sendo mostrada e é vista sem o propósito de ser vista. Outra coisa é a prova armada", destaca.
Hoje, prestaram depoimentos três ex-assessores de Jardel, e o próprio parlamentar também deu explicações. O deputado é acusado pelo Ministério Público de exigir parte dos salários de assessores e de fraude em diárias.
O corregedor pretende concluir o relatório até o dia 22 de dezembro. Ninguém mais deve ser ouvido.