O deputado Mário Jardel (PSD) se manteve calado no depoimento à Comissão de Ética Parlamentar da Assembleia Legislativa, na tarde desta segunda-feira (7). Por orientação de seu advogado, o deputado não respondeu às perguntas formuladas pelo corregedor da Casa, Marlon Santos (PDT).
A defesa do parlamentar diz que mostrará documentos de que ele foi vítima do esquema de corrupção em seu gabinete.
"As provas terão de desmontar todas as provas da acusação, um fato muito novo e com provas muito rechonchudas. Caso contrário, a questão do decoro ficou comprometida", afirmou Marlon.
Na próxima quinta-feira (10), três testemunhas de defesa devem ser ouvidas. A intenção do corregedor é de entregar o relatório de sua investigação no dia 14 deste mês.
Em dois meses de investigação, o Ministério Público apurou indícios contra Jardel de crimes como concussão, peculato, falsidade documental, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Também é investigado o financiamento ao tráfico de drogas com dinheiro público desviado do parlamento.
O deputado chegou a ser afastado das funções legislativas por 180 dias, porém a Justiça voltou atrás na decisão a partir de um pedido de reconsideração feito por parte da Assembleia. Agora, os deputados estudam quais sanções poderão ser aplicadas enquanto o processo de quebra de decoro é analisado.
Operação Gol Contra
Batizada de Gol Contra, a operação do Ministério Público apurou um esquema de desvios de recursos supostamente comandado pelo deputado Mário Jardel. Há indícios de que Jardel exigiria percentuais dos salários dos funcionários de seu gabinete e da bancada do PSD e fraudaria diárias de viagem e valores de indenização veicular, além de manter funcionários fantasmas no gabinete. Com o esquema, ele lucraria entre R$ 30 mil e R$ 50 mil mensais.
Até o aluguel do apartamento em que vivem a mãe e um irmão do jogador seria pago com dinheiro extorquido dos funcionários.