O Uber é discutido em diversos países do mundo e já gerou polêmica em muitos lugares. Atualmente, a empresa opera por mais de 360 cidades, de 65 países, e com mudanças que acontecem a cada momento conforme a regulamentação.
Nos Estados Unidos, por exemplo, já existem mais de 50 jurisdições com regulações específicas para empresas que têm modelo de negócio como o Uber.
A gaúcha Miriam Spritzer mora em Nova York e conta que a cidade tem outros serviços semelhantes. Ela comenta que houve problemas na regulamentação, mas que foram rapidamente resolvidos - já que o público defendia o serviço.
Segundo ela, a regulamentação definiu que o motorista do táxi tem mais direitos que o do Uber. Em uma cidade vizinha de Miami, por exemplo, só é aceito que o motorista do Uber largue clientes pegos em outros municípios.
"Tem cidades, por exemplo, que os motoristas podem largar passageiros e não pegá-los. Teve muita discussão nos Estados Unidos também, mas os moradores pediam (o serviço)”.
O Uber surgiu na Califórnia, local onde a empresa foi multada em US$ 7,3 milhões por não repassar aos reguladores informações sobre número de corridas, requisições de carros acessíveis para deficientes e causas de acidentes.
No ano passado, a empresa já havia sido processada em Los Angeles e San Francisco por supostamente enganar clientes em relação ao rigor da verificação de antecedentes dos motoristas. Outro ponto é o tratamento dado aos motoristas, que não são considerados funcionários do Uber, e sim profissionais independentes.
O carioca Fabricio Baptista mora há cinco anos em San Diego. Ele conta que os taxistas respeitam os motoristas do Uber, e muitas vezes, indicam o serviço.
"Eu pedi informação para um taxista, e ele me indiciou o Uber para viajar. Porém, tem alguns lugares que eles não podem entrar, como o aeroporto", conta.
O Uber também sofre resistência em diversos países da Europa. O UberPop (serviço de baixo custo oferecido pela empresa), por exemplo, foi suspenso temporariamente na França em meio a violentos protestos de taxistas.
O carioca Luis Felipe Di Mare mora em Paris e conta que protestos geraram diversos debates.
"Eu sou fã do serviço. Eles retiraram um modelo, porém, agora você pode usar o mesmo carro com outras pessoas, o que diminui o valor", conta.
A empresa também enfrenta proibições em países como Alemanha, Holanda, Itália e Espanha.
Já na Austrália, o aplicativo é alvo de diversos protestos por parte dos taxistas, que pedem a proibição do aplicativo. A gaúcha Kyane Vives conta que mesmo sem regulamentação, o transporte é comum.
Na China, o Uber está presente em 20 cidades. Não chegou a ser proíbido, mas representantes da empresa já foram presos. No Canada, há iniciativas do governo para regular o aplicativo.
Cidades como Londres e Singapura regulamentaram o Uber conforme os Estados Unidos. Já Calcutá, na Índia, criou uma regulação específica, enquanto a Filipinas foi o primeiro país a regular em âmbito federal as empresas que oferecem soluções de mobilidade urbana compartilhada.Recentemente, a Cidade do México foi a primeira cidade da América Latina a regulamentar serviços como o Uber.