Sete entidades da área da saúde divulgaram nota criticando a Parada do Orgulho Louco, realizada em Alegrete neste fim de semana. Conforme o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul, “é revoltante e degradante ver a irresponsabilidade e falta de sensibilidade daqueles, cuja missão seria justamente cuidar e proteger o enfermo, expondo-o publicamente”.
O Simers criticou o fato de os doentes mentais terem desfilado usando fantasias. "Nada justifica valer-se da ingenuidade de um doente mental para vesti-lo de palhaço e levá-lo a desfilar pelas ruas", disse o sindicato em nota.
Os organizadores discordam. Conforme a prefeitura de Alegrete, o evento teve como objetivo a visibilidade da luta antimanicomial e é importante para o enfrentamento do preconceito e à discriminação dos diferentes.
O deputado Adão Villaverde (PT) já propôs a inclusão da Parada do Orgulho Louco no calendário oficial do Rio Grande do Sul. Conforme o projeto, o principal objetivo da proposta é colaborar para promover a superação do “estigma do louco e da loucura”, promovendo um amplo debate sobre o tema, não apenas com profissionais da saúde, pacientes e familiares, mas com todos os segmentos da sociedade que têm indagações sobre o tema da saúde mental.
Confirma a nota das entidades:
1. É revoltante e degradante ver a irresponsabilidade e falta de sensibilidade daqueles, cuja missão seria justamente cuidar e proteger o enfermo, expondo-o publicamente.
2. Nada justifica valer-se da ingenuidade de um doente mental para vesti-lo de palhaço e levá-lo a desfilar pelas ruas.
3. É vergonhoso que políticos oportunistas tentem alcançar os holofotes pisando no sofrimento das famílias.
4. Já estão sendo analisados instrumentos jurídicos para responsabilizar os envolvidos civil e criminalmente.
5. Recente auditoria do Tribunal de Contas do Estado (TCE) revelou que a ex-secretária da Saúde do Governo Tarso Genro e atual superintendente do GHC usou o transporte do serviço aeromédico de urgência para participar da mesma Parada, em 2014. O gasto foi de R$ 18.300, verba que falta à assistência.