Com uma marretada do secretário estadual da Segurança, Airton Michels, a demolição do Presídio Central começou no dia 14 de outubro de 2014. Há duas semanas, no entanto, a demolição parou. O início do esvaziamento do pior presídio da América Latina foi inclusive usado na campanha à reeleição pelo governador Tarso Genro. Funcionários da empresa contratada realizam apenas movimentações e retiradas de caliças.
A demolição começou pelo Pavilhão C. Parte da estrutura foi derrubada. No entanto, o restante não pode ser mexida, porque há ligações de redes de esgoto e água que são vinculadas ao Pavilhão D, que ainda está ocupado por apenados. Alexandre Micol, da Engenheira Prisional da Susepe, garante que essa parada também faz parte do cronograma. Ele garante que não houve precipitação no início da demolição.
"Como foi estipulado dentro de um cronograma um processo de demolição, esse cronograma está sendo cumprido. E a medida que se vai retirando esses presos aí sim se vai se domolir tudo. Como tratamos com vidas humanas, esse é um processo bastante delicado", destaca Micol.
A transferência dos 670 presos do Pavilhão D só começará na primeira quinzena de dezembro, quando forem chagando os novos 302 agentes penitenciários. Os detentos vão para penitenciárias de Charqueadas, Canoas e Venâncio Aires. O juiz da Vara de Execuções Criminais, Sidinei Brzusca, critica o esvaziamento sem as novas vagas disponíveis.
"O Presídio Central tem um excesso de 1.800 presos acima da sua capacidade máxima. Com essa demolição do pavilhão C, nós tivemos uma redução na capacidade de engenharia do Presídio Central,. Por tanto, hoje o Presídio Central está mais lotado que há 60 dias, porque nós reduzimos a capacidade de engenharia", lamenta o magistrado.
A promessa do Governo do Estado é deixar o Presídio Central com 1.500 presos até o final do ano. Atualmente, a cadeia está com quase 4.000.