A análise da qualidade da erva-mate brasileira deverá sofrer mudanças. O Sindicato da Indústria do Mate do Rio Grande do Sul (Sindimate-RS) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vão elaborar um conjunto de sugestões para maior controle da cadeia. Produtores e agência estiveram reunidos na manhã desta segunda-feira (25) em Porto Alegre.
O objetivo das mudanças é evitar novos casos de descoberta de metais em excesso na erva. A presença de cádmio e chumbo acima dos níveis permitidos provocou o bloqueio de 200 toneladas do produto brasileiro pelo Uruguai em maio.
O presidente do sindicato da indústria, Gilberto Heck, classifica como "muito complexo" apontar a origem da contaminação dos lotes barrados no Uruguai.
"É muito mais complexo que imaginamos. Quando a gente achava que havia um único determinante, cai tudo por terra. Temos áreas (plantadas) sem intervenção do homem é que deram problema de cádmio e chumbo. Tem áreas em que foram usados defensivos agrícolas e que não apresentam os níveis. Ainda vai demandar muito tempo e estudo", afirma Heck.
A principal mudança a ser sugerida será a obrigatoriedade da análise da folha seca da erva-mate. Foi neste estado que os níveis em excesso deram positivo no Uruguai. Hoje, apenas o produto na infusão é avaliado, conforme resolução da Anvisa.
"O consumidor pode ficar tranquilo, pois na infusão não tem risco nenhum. O único risco que poderia haver seria ele fosse comer a erva mate, coisa que não se faz", explica o presidente do Sindimate-RS.
As primeiras sugestões deverão ser conhecidas em 15 dias. O Rio Grande do Sul é o maior produtor e exportador de erva-mate do país, e o principal destino da produção é o Uruguai.