Lideranças do Partido Socialista Brasileiro (PSB) se reuniram na manhã desta quinta-feira (14) no hotel Green Park, zona sul de São Paulo. Em pauta, além das homenagens e lembranças a Eduardo Campos, morto ontem em Santos, a sucessão da candidatura do partido à presidência da República.
Segundo relato do repórter de Zero Hora, Rodrigo Lopes, estiveram presentes pelo menos dez membros da executiva nacional do partido. Entre eles, o candidato a vice-governador de São Paulo na chapa de Geraldo Alckmin, Márcio França, o prefeito de Minas Gerais, Márcio Lacerda, o candidato ao Senado pelo Rio Grande do Sul, Beto Albuquerque, além do primeiro vice-presidente nacional do partido, Roberto Amaral.
Mesmo que a candidata à vice-presidência Marina Silva tenha proibido conversas sobre o futuro da chapa, o assunto foi discutido internamente. O nome de Marina enfrenta resistência de algumas correntes do partido que veem a ex-senadora mais ligada a seu projeto de partido próprio (Rede Sustentabilidade) do que ao PSB.
Nomes como o deputado federal Júlio Delgado, a ex-ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Eliana Calmon e Roberto Freire, presidente nacional do PPS, já são cotados. Qualquer anúncio só deve ser feito após o sepultamento de Eduardo Campos.
Marina Silva segue em sua residência em Moema, São Paulo, sem compromissos públicos marcados.
Morte de Campos
O candidato à presidência da República Eduardo Campos, 49 anos, morreu em acidente aéreo na manhã no dia 13 de agosto, em Santos, no litoral de São Paulo. O jato particular onde o político estava caiu sobre uma área residencial e atingiu três casas. Outras seis pessoas morreram na tragédia.
De acordo com a Aeronáutica, a aeronave era um Cessna 560XL, prefixo PR-AFA, que havia decolado do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino ao Aeroporto de Guarujá (SP). Quando se preparava para pouso, o avião arremeteu devido ao mau tempo. Em seguida, o controle de tráfego aéreo perdeu contato com o jato.
Nascido em Recife, em 10 de agosto de 1965, Eduardo Henrique Accioly Campos era economista. Em sua trajetória, foi secretário estadual, deputado federal, ministro da Ciência e Tecnologia e governador de Pernambuco por dois mandatos. Em abril deste ano, renunciou ao cargo para concorrer à Presidência, um ano após o seu partido, o PSB, romper com o governo Dilma.
Eduardo Campos era candidato pela coligação Unidos Pelo Brasil, que congregava seis partidos, tendo como vice a ex-senadora Marina Silva. Nas pesquisas, aparecia em terceiro lugar na disputa pelo Palácio do Planalto.
Campos era casado com a economista e auditora do Tribunal de Contas do Estado Renata Campos, com quem teve cinco filhos.