Cinco pessoas foram condenadas por cobrar exames do Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com Ministério Público (MP), os envolvidos são os assessores parlamentares Ricardo de Gasperi Neu, Irena Vantzing Geraldo, Edson Roberto Cavalheiro e o motorista Odi Paulo Lorenzini. Entre 2003 e 2005, eles exigiam dinheiro de pacientes para procedimentos cirúrgicos. As pessoas que vinham de cidades do interior ficavam em um albergue mantido por um deputado, furavam a fila do SUS, através dos assessores, que organizavam o procedimento junto ao médico que atuava dentro do Hospital Conceição. A condenação é por corrupção passiva e concussão (crime cometido por servidor público para ganhar vantagem).
As penas variam de dois a cinco anos de prisão e foram convertidas pelo juíz, Sandro Luz Portal, em prestação de serviços comunitários e multa. Responsável pelas investigações, Promotor de Justiça Ricardo Herbstrith, afirmou que a ação promovia uma fraude ao SUS.
"Nós fomos procurados por uma vítima desse esquema. (...) Nós acompanhamos esse desenrolar com o apoio dos adminstradores do GHC e conseguimos determinar como se passava isso: ela no albergue, sendo levada ao hospital, entrando pela emergência, numa forma de burlar uma eventual a espera. Nós orientamos a pessoa pra que se fosse cobrado um valor, ela se recusasse a pagar e assim o fez. A cirurgia foi cancelada, enquanto estava sendo encaminhada ao bloco cirurgico", afirmou o promotor.
As investigações tiveram apoio da cúpula do Grupo Hospitalar Conceição. A cobrança feita pelos procedimentos variavam entre os procedimentos. O médico envolvido no esquema não foi localizado. A reportagem aguarda o posicionamento do deputado que mantinha o albergue. Ele não foi citado no processo.