O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, reconheceu em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade nesta quarta-feira (16) o problema para o País com relação a vinda de imigrantes ganeses, principalmente para Caxias do Sul, na Serra gaúcha, e na cidade catarinense de Criciúma. No entanto, o ministro afirmou que é preciso garantir a iserção digna dessas pessoas na comunidade.
"Nós temos que pensar o que fazer, não podemos deixar o município, nem o Estado desamparados. Temos um problema sim, que eu não posso esconder", afirmou.
Cardozo disse que o maior desafio é como será feito o repasse de recursos para auxiliar na inclusão dos imigrantes em condições dignas, já que o período de eleições prejudica o auxílio federal. "Estamos em um período eleitoral e estamos proibidos de fazer convênio nesta fase", explica.
Segundo ele, a questão dos haitianos que chegaram ao País, principalmente pelo Acre, exigiu uma série de esforços, mas que foram contornados com convênios que permitiram a inserção dos imigrantes no mercado de trabalho.
Até agora são cerca de 320 imigrantes de Gana que chegaram a Caxias do Sul. Uma reunião foi convocada para esta quarta-feira, às 10h, com os ministérios do Trabalho e Emprego, da Ação Social, do Exterior, representantes do Itamaraty, chefia de Polícia Federal e demais órgãos internos de migração do Ministério da Justiça. O objetivo é discutir o futuro dos ganeses no País.
A intenção, segundo o ministro, é buscar ocupação para esses imigrantes enquanto o Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) analisa os pedidos de refúgio. Ele explicou que ainda não há uma definição sobre como será feito o reconhecimento desses estrangeiros no País, já que a legislação permite apenas o refúgio de imigrantes por questões políticas.
No caso dos haitianos, que assim como os ganeses vieram ao Brasil em busca de melhores condições de vida, o Ministério do Trabalho reconheceu vistos de permanência de cinco anos. O mesmo pode ser feito neste novo caso.
A prefeitura de Caxias do Sul tem preocupação com a situação dos imigrantes na cidade, já que não tem como acolher todos em condições dignas. Muitos chegaram à cidade apenas com a roupa do corpo.
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