O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, apresentou proposta nesta quinta-feira (22), em reunião realizada em Brasília, a índios e agricultores para resolver o impasse relativo a demarcação de terras no Rio Grande do Sul. Cardozo propôs que seja levado em consideração o laudo que indica uma área de 657 hectares da reserva indígena de Mato Preto, entre Erechim, Getúlio Vargas e Erebango, e não de 4.230. A demarcação seria de somente 15% do reconhecido pelo governo federal. Com isso, cerca de 30 famílias de agricultores seriam indenizadas.
Os índios que participaram do encontro receberam bem a proposta. Os agricultores vão levar a ideia às famílias da localidade. O agricultor Olímpio Antonio Otolacoski, alega, porém, que a vontade dos produtores é de que o governo compre outra área para que os indígenas sejam instalados.
O ministro da Justiça apresentou proposta para três das cinco localilidades onde há conflito de demarcação de terras indígenas. Em Passo Grande do Rio Forquilha foram três propostas que serão levadas aos agricultores, entre elas a demarcação de uma área menor aos índios. Em Irapuá, os agricultores concordaram que estudo do ministério vai demarcar a terra indígena e eles serão indenizados. A posição dos agricultores continua sendo de que o governo compre as áreas e transfira os índios.
Faxinalzinho
Agricultores que vieram de Faxinalzinho, um dos locais de maior conflito, não receberam proposta, já que os índios não quiseram participar. Lideranças indígenas kaingangues dos territórios Votouro-Kandoia, em Faxinalzinho, e Rio dos Índios, em Vicente Dutra, não compareceram ao encontro. O vice-prefeito do município, James Ayres Torres, diz que o grupo vai embora frustrado.