O Super Repórter de hoje foi descobrir como foi a organização da Copa de 1950 aqui em Porto Alegre. E o que revelamos agora é que os problemas gerados com as estruturas temporárias não são uma novidade de 2014. Se hoje o gasto apenas com as estruturas temporárias do Estádio Beira-Rio supera os 10 milhões de reais, na década de 50, a reforma do Estádio dos Eucaliptos custou 500 mil cruzeiros com a construção de uma nova arquibancada.
A Organização da Copa exigia a arquibancada de concreto e o gasto com as reformas da época gerou conflito e impasse entre a Prefeitura de Porto Alegre e o Internacional. No final, o Inter teve que transferir 5% da renda dos seus jogos para se adequar e poder receber os jogos do Mundial. O Inter teve também que quebrar uma promessa com os sócios do clube, voltou atrás, e teve que cobrar os ingressos dos torcedores associados. Além disso, o Prefeito da Época em Porto Alegre Ildo Meneghetti fez uma campanha pedindo para que os colorados vendessem raspadinhas e doassem tijolos para que fosse possível concluir as estruturas do Estádio dos Eucaliptos.
Após o impasse e uma nova exigência da Fifa em janeiro de 50 para outras melhorias no Estádio dos Eucaliptos e entorno, o presidente da Confederação Brasileira de Desportos, o gaúcho Rivadávia procurou o governador Valter Jobim, que se encolheu e contribuiu com minguados 300 mil cruzeiros, R$ 535 mil de hoje. Coube então ao prefeito Ildo Meneghetti segurar a conta ao desembolsar 500 mil cruzeiros, hoje R$ 890 mil, como revela o livro 1950 - O preço de uma Copa. Aos preços de hoje, a Copa de 50 custou um total de R$ 1,4 milhão, uma ínfima parte comparada aos R$ 569 milhões previstos de gastos com o Mundial de 2014 em Porto Alegre.
Curiosidades da Copa de 50 em Porto Alegre:
Fonte: Secopa
Originalmente, Porto Alegre teria três jogos da Copa de 1950: Uruguai x França ; França x Bolívia, e Bolívia x Uruguai./ Mas a França não veio ao Mundial, e a partida entre Bolívia x Uruguai foi disputada em Belo Horizonte, e Porto Alegre ficou com dois jogos do México, contra Iugoslávia e Suíça./ E um detalhe interessante: Na partida do México contra os suíços, os dois times entraram em campo com camisetas vermelhas. O Inter não podia ajudar, porque as suas também eram da mesma cor, e os mexicanos acabaram jogando com as camisetas de listras verticais azuis e brancas do Cruzeiro de Porto Alegre.
OS JOGOS
Iugoslávia 4x1 México
28.6.1950, Eucaliptos, Porto Alegre, 12.000 espectadores, C$320.410,00
Iugoslávia – Mrkusic, Horvat e Stankovic; Zeljko Cjaikovski, Jovanovic e Djaijic; Mihajlovic, Mitic, Tomasevic, Bobek e Zlatko Cjaikovski
Técnico – Milorad Arsenijevic
México – Carbajal, Gutierrez e Ruiz; Gomez, Ochoa e Ortiz; Flores, Naranjo, Casarin, Perez e Velasquez
Técnico – Octávio Vial
Gols – Bobek 19, Zlatko Cjaikovski 22, Zlatko Cjaikovski 62, Tomasevic 81, Velasquez 88
Árbitro – Reginald Leafe (Inglaterra)
Suíça 2x1 México
2.7.1950, Eucaliptos, Porto Alegre, 9.000 espectadores, C$94.700,00
Suíça – Hug, Neury e Bocquet; Lusenti, Eggimann e Quinche; Tamini, Antenen, Friedlander, Bader e Fatton
Técnico – Karl Rappan
México – Carbajal, Gutierrez e Roca; Gomez, Ochoa e Ortiz; Guevara, Flores, Casarin, Borbolla e Velasquez
Técnico – Octávio Vial
Gols – Bader 12, Tamini 45, Casarin 88
Árbitro – Ivan Eklind (Suécia)
COMITÊ ORGANIZADOR DA COPA DE 1950 EM PORTO ALEGRE
Presidente: Aneron Corrêa de Oliveira, presidente da Federação Rio Grandense de Futebol, FRGF
Recepção e atendimento: Otávio Abreu da Silva Lima, Júlio Lopes dos Santos Sobrinho, Osmar J. Martins, Jorge Melo Guimarães, Abelard Jacques Noronha, Pedro Moreira, Diogo Antônio Pastor, Osvaldo Lia Pires, Augusto Perez, Nestor Pereira, Rafael Risco, Carlos de Lorenzi
Alojamento e transporte: Divo Nilson Sperb, capitão Mareu Ferreira, Oscar Sperb e jornalista José Domingos Varela