A delegada regional de polícia Caroline Virgínia Bamberg Machado, responsável pela investigação da morte do menino Bernardo Uglione Boldrini, afirmou em entrevista ao programa Gaúcha Repórter nesta terça-feira (11) que o garoto havia relatado à Justiça o abandono afetivo do pai. Segundo ela, por esse motivo, a polícia suspeitou do casal desde o início da investigação.
"Ele procurou o Judiciário, relatou um abandono afetivo. Dentro do que se tinha conhecimento à época, foi feito o que se deveria fazer, não se tinha conhecimento de nem um terço do que apareceu agora", disse. No entanto, a delegada negou relatos à polícia sobre agressões físicas.
Ela reafirmou que não tem dúvidas do envolvimento do pai, da madrasta e de uma amiga dela na morte de Bernardo. "Agora resta a polícia definir a participação de cada um deles", disse. Provas, em vídeo, confirmam que a madrasta e a amiga estavam em Frederico Westphalen na sexta-feira do desaparecimento do menino.
A delegada afirmou que o caso da morte da mãe do garoto nao será reaberto enquanto nao houver fatos relevantes para isso. "No tempo foi bem investigado e foi concluído que ela se matou", reforçou.
O caso corre em segredo de Justiça. A prisão cautelar dos suspeitos de matar Bernardo foi solicitada pela polícia para que as investigações do caso tenham andamento. A polícia pediu calma à população, para que os moradores não cometam nenhum ato de vandalismo contra a casa em que morava a criança, já que na residência podem haver provas.
Entenda o caso
Bernando Uglione Boldrini foi encontrado morto no dia 14 de abril, após dez dias desaparecido. O corpo do jovem estava em um matagal, enterrado dentro de um saco, na localidade de Linha São Francisco, em Frederico Westphalen.
O menino morava com o pai, a madrasta e uma meia-irmã, de 1 ano, no município de Três Passos. Segundo parentes, ele havia retornado com a madrasta de uma viagem a Frederico Westphalen, no dia 4, quando relatou que passaria o final de semana na casa de um amigo. Bernardo deveria voltar no final da tarde do dia 6, o que não ocorreu.
Após dez dias de investigações, foram presos o pai, a madrasta e uma amiga dela. A suspeita é de que o menino tenha sido morto com uma injeção letal. Em entrevista coletiva nesta terça-feira (15), a delegada Virgínia Bamberg Machado, responsável pelo caso, afirmou não ter dúvidas do envolvimento dos três na morte de Bernardo.
Ouça entrevista da delegada Caroline Virgínia Bamberg ao Gaúcha Repórter