Dezembro é o mês em que as pessoas mais se deslocam na Capital Gaúcha. Somente pela Rodoviária e o Aeroporto Salgado Filho, mais de 100 mil pessoas deixam Porto Alegre para outras cidades mundo afora. O Super-Repórter deste sábado vai mostrar os encontros e desencontros deste mês. Partidas e chegadas de homens e mulheres que viajam pela rodoviária e aeroporto com a mala carregada de saudade.
Ao chegar no Aeroporto Salgado, o Super-Repórter já encontra a primeira partida ou melhor a primeira despedida de dezembro. O advogado João Pedro Klein terá que se distanciar da noiva. “Estou indo fazer uma especialização na Austrália e vou ficar três anos por lá. Minha noiva, infelizmente terá que ficar em função do trabalho. A saudade será grande, vamos ver se o amor resiste com o tempo, mas acho que sim, lamenta o advogado.
Enquanto uns partem e deixam o amor de suas vidas, outros chegam para reencontrar a cara metade. No setor de desembarque do Aeroporto Salgado Filho, o Super-Repórter encontrou a comissária de bordo, Fernanda Bordignon, que veio de São Paulo pra ver o noivo que é gaúcho e mora em Barão perto de Carlos Barbosa. O casal não se vê a 8 meses e só pode matar a saudade no mês de dezembro. “Este mês de dezembro é o único que conseguimos tirar férias juntos. Passamos o restante do ano sem conseguir se encontrar, mas não perdemos a esperança. Nos falamos muito pelas redes sociais e gastamos em excesso com a conta de telefone, mas agora vou aproveitar para ficar bem juntinho. Estou até pensando em mudar de profissão em 2014 e me mudar de vez para o Rio Grande do Sul”, afirma a comissária.
Já, na rodoviária da Capital, Seu Antônio Carlos Silva de Gravataí vai ver os quatro filhos em Santa Cruz depois de dois anos. Só este ano o pedreiro conseguiu juntar dinheiro para passar o Natal e o Ano-Novo com a família. Ele se emociona na partida. “Eu tenho uma bisneta que ainda nem conheci. Passo o ano trabalhando pra ter condições de mandar parte do meu salário pra eles. Sinto muita saudade, mas me sinto confortável em estar ajudando com o que eu passo. A vida de pedreiro é complicada, mas a saudade dói mais ainda, chora Antônio Carlos.
Voltando ao Aeroporto. Um lugar de partidas e chegadas. O Super-Repórter encontrou um casal que estava se vendo pela primeira vez. Roberto e Luciana se conheceram na internet. “Vim de São Paulo, não sei se vamos namorar, mas vale a pena conhecer o sul do país”, diz Luciana.
E se uns vivem a alegria do encontro, outros vivem a angústia da espera. Como é o caso de Dona Emília, ela não tem celular, nem internet, e aguarda os filhos na rodoviária da Capital, eles ainda não chegaram de Uruguaiana, e a última vez que Emília viu os filhos foi em 2009. “Eu estou aflita, tomara que meus filhos realmente apareçam aqui na rodoviária”.
A arquiteta Juliana Pereira vai morar em Miami. Vai passar dois anos por lá. E se não dá pra levar os pais de Porto Alegre, ao menos leva os ensinamentos na bagagem. “Levo comigo a vontade de vencer, meu pai sempre me passou isso”, garante Juliana.
Dezembro também é marcado por despedidas que podem ser eternas, 11 integrantes da família Moraes vieram de Maceió ver o neto Felipe que mora em Gramado. A bisavô Cleusa diz que esta foi seu último encontro com o bisneto que se mudou para o Rio Grande do Sul. “Olha, já tenho mais de 90 anos, não estou mais em condições de fazer viagens tão longas, tenho que descansar. Mas o encontro com a família foi sensacional”, afirma Cleusa.
E no vai e vem do Aeroporto e da Rodoviária, uns tristes, outros alegres, mas cada um escrevendo uma história que será lembrada por uma vida inteira.