Para se aproximar do povo, o Papa Francisco escolheu justamente um dos locais mais pobres do Rio de Janeiro. A favela da Varginha, dentro do Complexo de Manguinhos, na zona norte, era até 2012 reduto do tráfico e um ponto evitado por taxistas e até policiais. Com a implantação da UPP a violência diminuiu, mas a falta de estrutura continua. Ruas sem asfalto, casebres aos pedaços e obras inacabadas. Este foi o cenário que o Papa encontrou. Andou pela rua e escolheu uma casa para entrar. Algumas residências tinham sido pré-selecionadas para receber a visita.
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Na hora, os moradores ofereceram de tudo, da bandeira do San Lorenzo, time que ele torce, até a sua sobremesa preferida, o doce de leite. Após a caminhada, chegou a hora do discurso. Foi montado um palco em frente ao campo de futebol da comunidade. Cerca de 5 mil pessoas se apertaram no gramado embarrado pela chuva e tentaram se proteger dos 15ºC, temperatura mais baixa do ano no Rio. Não houve qualquer tipo de revista na entrada, mas o esquema de segurança foi reforçado. Nas lajes das moradias ao redor do campo, muitos policiais observavam tudo de binóculos. Ali o Papa usou a linguagem do povo, disse que gostaria de "entrar em todas as casas para tomar um café", e que ¿o povo brasileiro é solidário, sempre coloca mais água no feijão para a visita¿.
Fechou o discurso citando os problemas de corrupção no país. "A realidade pode mudar, o homem pode mudar. Procurem ser vocês os primeiros a praticarem o bem, a não se acostumarem com o mal, mas a vencê-lo". Após uma hora de visita, foi possível perceber em meio a multidão que a imagem deixada foi de encantamento e admiração.
Gaúcha
Moradores de Manguinhos, no Rio de Janeiro, se protegeram da chuva para assistir ao Papa
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Eduardo Gabardo
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