O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, disse nesta quinta-feira (27) que seu país não voltará a ter bases militares dos Estados Unidos, em resposta às versões alimentadas pela ameaça de Donald Trump de retomar o canal interoceânico.
"Não haverá bases militares de nenhuma potência, seja dos Estados Unidos ou de qualquer oura parte do mundo", disse Mulino em uma coletiva de imprensa.
"Meu governo não pode ir contra a história. Este país lutou para desmantelar as bases militares norte-americanas em nosso território", disse em alusão aos protestos panamenhos contra o enclave americano na Zona do Canal que existiu de 1904 a 1999.
A tensão entre ambos os países começou em dezembro do ano passado, quando Trump assegurou que "vai recuperar" o canal construído pelos EUA e inaugurado em 1914. Também disse que se for preciso ele usará a força para esse fim, e denunciou uma suposta interferência chinesa na gestão da hidrovia, o que o Panamá nega.
Além disso, há duas semanas, houve rumores de que a Casa Branca havia "ordenado que as Forças Armadas dos EUA elaborassem opções" para esse propósito e, agora, que Washington supostamente enviou uma carta ao Panamá com opções para o gerenciamento conjunto do canal e a instalação de bases.
"Não sei de onde tiram essas coisas. Não há nenhuma carta de qualquer tipo ou petição de qualquer coisa em relação a esse propósito", disse Mulino.
* AFP