
Donald Trump classificou como "terrível" a ameaça do Hamas de adiar a próxima libertação de reféns israelenses. O presidente dos Estados Unidos ainda disse que vai promover um "inferno" se o grupo extremista palestino não libertar os reféns antes do meio-dia de sábado (15).
Para o chefe de Estado norte-americano, Israel deveria "cancelar" o acordo de cessar-fogo com o movimento islâmico palestino se o prazo não for cumprido.
— No que diz respeito a mim, se todos os reféns não forem devolvidos antes de sábado às 12h em ponto, acho que é uma hora apropriada, diria que o cancelem (o acordo de cessar-fogo), não se admitem mais apostas e que se desate o inferno — disse Trump à imprensa na Casa Branca, em Washington.
O republicano acrescentou que "todos" os reféns restantes deveriam ser libertados, "não pouco ou pouco, não dois e um, e três e quatro e dois".
— Queremos eles todos de volta — insistiu.
Trump disse que provavelmente falaria com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, sobre este prazo. Ele não entrou em detalhes sobre o que quis dizer com "inferno".
— O Hamas vai se inteirar do que quero dizer — comentou.
Medidas adotadas pelos Estados Unidos
Ao ser questionado se descartava uma possível participação das forças armadas norte-americanas, Trump deixou o assunto em aberto.
— Vamos ver o que acontece.
O presidente também ameaçou interromper a ajuda a Jordânia e Egito se ambos os países se recusarem a acolher os palestinos que ele propõe expulsar de Gaza para que os Estados Unidos "tomem o controle" do território.
"Talvez", respondeu quando perguntado se suspenderia bilhões de dólares em ajuda. Trump se reunirá com o rei Abdullah II da Jordânia em Washington no final desta semana.
O Egito rejeitou nesta segunda (10), em comunicado, "qualquer compromisso" que mine os direitos dos palestinos que vivem em Gaza, depois de uma reunião entre o chanceler Badr Abdelatty e Marco Rubio, representante de Trump, em Washington.
Em entrevista à Fox News, Trump declarou antes que os palestinos não teriam o direito de retornar a Gaza sob seu plano de assumir o controle do território, que ele apresentou ao lado de Netanyahu em uma coletiva de imprensa conjunta na semana passada.
— Não, eles não teriam, porque terão moradias muito melhores — declarou Trump em um trecho da entrevista, quando questionado sobre o direito dos palestinos de voltar a Gaza, cuja maior parte foi reduzida a escombros pelo exército israelense desde outubro de 2023.
— Em outras palavras, estou falando de construir um lugar permanente para eles porque, se eles têm que retornar agora, levaria anos para que pudessem fazê-lo, não é habitável — apontou.