O presidente de Taiwan, Lai Ching-te, pediu no sábado (30) em visita ao Havaí, nos Estados Unidos, uma luta conjunta "para evitar a guerra", no início de um giro de uma semana pela região do Pacífico fortemente criticado por Pequim.
Taiwan enfrenta a ameaça constante de um ataque militar da China, que considera a ilha de governo autônomo parte de seu território.
Os Estados Unidos não reconhecem nem têm relações diplomáticas oficiais com Taipé, mas são o seu principal apoio e fornecedor de armas.
Durante um discurso no estado do Havaí, Lai disse que "não há vencedores" quando há conflitos bélicos. "Devemos lutar juntos para evitar a guerra", frisou.
Lai recebeu uma ovação quando se dirigia para um encontro com funcionários americanos, políticos havaianos, membros do Congresso e expatriados taiwaneses.
Disse que uma bandeira americana e outra do Havaí que recebeu de presente "simbolizam a antiga amizade entre Taiwan e Estados Unidos e assentam as bases para uma maior cooperação no futuro".
Em um vídeo, a responsável do Instituto Americano em Taiwan, que funciona como a embaixada de Estados Unidos na ilha, disse que a associação entre Washington e Taipé é "sólida como rocha".
A China afirmou neste domingo (1º) que "condena fortemente" que Washington tenha "organizado" uma escala do presidente taiwanês como parte de seu giro pelo Pacífico, "e apresentou um sério protesto perante os Estados Unidos", declarou um porta-voz do Ministério de Relações Exteriores chinês em comunicado.
O giro do governante taiwanês inclui visitas a Ilhas Marshall, Tuvalu e Palau, as únicas nações do Pacífico que figuram entre os 12 países que mantêm relações diplomáticas com Taiwan.
Também fará uma escala de uma noite no território americano de Guam.
A China, que considera Taiwan uma província rebelde e se nega a renunciar ao uso da força para eventualmente assumir o seu controle, disse que "acompanhará de perto a evolução da situação e tomará medidas decididas e eficazes para garantir sua soberania nacional e integridade territorial".
Pequim rejeita qualquer iniciativa que conceda legitimidade internacional a Taiwan, e frequentemente realiza manobras militares no entorno da ilha.
Também se opõe ao fornecimento de material militar dos Estados Unidos, um motivo habitual de atritos entre as duas potências.
Na sexta-feira, Washington aprovou uma proposta de venda de peças de aviões de combate e de sistemas de radares, além de equipamentos de comunicação, a Taiwan, pelo montante avaliado em 385 milhões de dólares (R$ 2,3 bilhões), informou a Agência de Cooperação em Defesa e Segurança dos Estados Unidos (DSCA, na sigla em inglês).
Defensor ferrenho da soberania de Taiwan e considerado um "separatista" por Pequim, Lai realiza sua primeira viagem internacional desde que assumiu o cargo em maio.
* AFP