A Rússia instou, nesta quinta-feira (7), os aliados ocidentais da Ucrânia a entrarem em negociações com Moscou sob pena de "destruição do povo ucraniano", poucas horas depois de outro ataque "massivo" de drones em Kiev.
Mais de dois anos e meio após o início da invasão russa da Ucrânia, Moscou está em posição de força no front leste, onde seu exército avança cada vez mais rápido contra as tropas ucranianas, menores e menos equipadas.
O chefe do Conselho de Segurança russo e ex-ministro da Defesa, Serguei Shoigu, instou as potências ocidentais, em tom ameaçador, a iniciarem negociações favoráveis a Moscou.
"A situação no palco das hostilidades não favorece o regime de Kiev. O Ocidente pode escolher: continuar o financiamento [da Ucrânia] e a destruição do povo ucraniano ou admitir a realidade existente e começar a negociar", declarou.
Estas declarações surgem um dia depois da eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, principal aliado político e militar da Ucrânia.
Durante a sua campanha eleitoral, Trump, que se vangloriava de poder acabar com a guerra em um único dia, denunciou repetidamente a magnitude da ajuda a Kiev.
A bola está agora no campo dos americanos, disse o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, nesta quinta-feira.
"Veremos se há propostas" da nova administração, declarou.
Os comentários de Shoigu também ocorrem após mais uma noite de bombardeios aéreos em todo o país, um novo ataque "massivo" com drones russos, que deixou dois feridos, e depois de Moscou reivindicar a captura de mais uma localidade no leste da Ucrânia.
A Rússia tem atacado sistematicamente a capital ucraniana com bombardeios de drones e mísseis desde o primeiro dia da sua invasão, lançada em fevereiro de 2022.
* AFP