A eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos torna "ainda mais urgente" a adoção de reformas profundas na União Europeia (UE), afirmou nesta sexta-feira Mario Draghi, ex-presidente do Banco Central Europeu (BCE) e autor de um relatório demolidor sobre a economia do bloco.
As recomendações mencionadas no documento "já eram urgentes, dada a situação econômica em que estamos. Tornaram-se ainda mais urgentes após as eleições americanas", declarou Draghi, ao chegar à reunião de cúpula da UE em Budapeste, onde seu relatório publicado no início de setembro será examinado.
Para Draghi, "não há dúvida de que a presidência de Trump estabelecerá uma grande diferença nas relações entre Estados Unidos e Europa. Não necessariamente de uma forma negativa".
Em seu relatório, Draghi faz um apelo para que a UE acelere os investimentos, inclusive com a emissão de dívida conjunta, para evitar uma "queda dolorosa", especialmente em relação aos Estados Unidos.
Para evitar um colapso, a Europa precisa de investimentos adicionais de até 800 bilhões de euros por ano (mais de 850 bilhões de dólares, 4,83 trilhões de reais) e de mudanças políticas drásticas, afirma o documento.
Draghi também defende uma política comercial "pragmática" e alinhada com o objetivo de "aumentar o crescimento e a produtividade".
A reunião de cúpula de líderes da UE em Budapeste discutirá nesta sexta-feira as ideias do relatório de Draghi, em particular as maneiras de estimular a competitividade no bloco.
* AFP