O Ministério de Relações Exteriores da Polônia condenou nesta sexta-feira (15) um ato de vandalismo contra o monumento aos heróis do levante do Gueto de Varsóvia de 1943, perpetrado por desconhecidos, que o mancharam com tinta vermelha e preta.
"O monumento do Gueto de Varsóvia foi vandalizado na noite passada", escreveu o embaixador de Israel na Polônia, Yacov Livne, em uma publicação na rede social X, acompanhada de uma foto.
Um fotógrafo da AFP no local constatou que alguns trabalhadores estavam retirando a tinta deste monumento, localizado no terreno do antigo gueto, em frente ao Museu da História dos Judeus da Polônia, não muito longe do centro da capital polonesa.
Livne fez um apelo às autoridades polonesas para que "condenem este ato, encontrem os culpados e os levem à justiça".
A chancelaria polonesa condenou "firmemente o ato de vandalismo" cometido contra o "símbolo da memória das vítimas do Holocausto e da resistência judaica contra o nazismo alemão". Segundo o comunicado do ministério, "esses atos constituem um ataque contra a história e os valores que nos unem como sociedade".
A tinta preta e vermelha visível no monumento lembra as cores do Exército Insurgente Ucraniano (UPA), ao qual Varsóvia acusa de ter matado cerca de 100 mil civis da minoria polaca entre 1943 e 1945.
O ato não foi reivindicado. O ministro do Interior da Polônia, Tomasz Siemoniak, anunciou uma "investigação intensa" sobre a "profanação" do monumento.
Um ano após invadir a Polônia, em 1940, os nazistas cercaram um bairro de Varsóvia para confinar em três quilômetros quadrados quase meio milhão de judeus, com o objetivo de exterminá-los por fome e doenças, e deportar mais de 300 mil para câmaras de gás.
A insurreição estourou em 19 de abril de 1943. Foi o maior e mais conhecido ato de resistência urbana judaica contra os nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.
* AFP