O Irã afirmou, nesta terça-feira (5), que o cidadão alemão de origem iraniana Jamshid Sharmand, condenado à morte na República Islâmica, morreu na semana passada antes de ser executado.
"Jamshid Sharmand foi condenado à morte, sua execução era iminente, mas morreu antes que pudesse ser realizada", declarou à imprensa em Teerã o porta-voz do Poder Judiciário, Asghar Jahangir.
O Irã afirmou anteriormente que Sharmahd teria sido executado.
Esse anúncio de 28 de outubro provocou uma crise diplomática com Berlim, que, em retaliação, chamou seu embaixador em Teerã e fechou três consulados iranianos em solo alemão.
O Irã não reconhece a dupla nacionalidade de seus cidadãos.
Jamshid Sharmahd, 69 anos, foi condenado à morte em 2023 pelo crime capital de "corrupção na terra" por seu envolvimento em um ataque a uma mesquita em Shiraz, no sul do país, que matou 14 pessoas e feriu 300 em abril de 2008, de acordo com o Judiciário iraniano.
"Mesmo que um estrangeiro tivesse cometido crimes no Irã, teríamos o direito de lidar com esse caso de acordo com a lei", disse o porta-voz.
Sharmahd emigrou para a Alemanha na década de 1980 e estava morando nos EUA desde 2003.
O Irã anunciou sua prisão em 2020 após uma "operação complexa", sem especificar como, onde ou quando ele foi capturado.
De acordo com sua família, ele foi sequestrado por autoridades iranianas enquanto viajava pelos Emirados Árabes Unidos.
O Judiciário iraniano também acusou Jamshid Sharmahd de ter contatos com "agentes do FBI e da CIA" e de ter "tentado entrar em contato com agentes do Mossad israelense".
O Irã executou vários cidadãos com dupla nacionalidade nos últimos anos.
* AFP