O Vaticano anunciou, nesta sexta-feira (25), que publicará, na próxima semana, seu primeiro relatório anual sobre a proteção de menores na Igreja, uma solicitação do papa Francisco para promover a transparência e a prevenção na luta contra a pedofilia.
A Comissão Pontifícia para a Proteção de Menores, órgão consultivo criado em 2014 pelo papa argentino e alvo de críticas no passado, publicará este relatório piloto na terça-feira, o qual pretende divulgar anualmente, segundo um comunicado.
Apresentado como um "primeiro passo", o texto "documenta os riscos que persistem e os avanços que podem ser alcançados nos esforços da Igreja para proteger crianças e adultos vulneráveis", indicou a comissão, especificando que também incluirá "recomendações específicas".
Em abril de 2022, o líder dos 1,3 bilhão de católicos pediu à comissão este relatório para contar com informações "confiáveis sobre o que está acontecendo e o que deve mudar", fazendo apelos a um "novo começo".
Os membros da comissão encontraram durante sua pesquisa "a falta de dados disponíveis" sobre agressões sexuais, declarou a jurista neerlandesa Maud De Boer Buquicchio, responsável pela redação do relatório.
O texto, cuja extensão não foi especificada, se divide em quatro partes, que estudarão os procedimentos em vigor em cerca de quinze Igrejas locais em diferentes continentes, assim como dentro da Cúria romana, o governo central do Vaticano.
Os membros da comissão, nomeados diretamente pelo papa, são especialistas religiosos e leigos em diversas áreas relacionadas à proteção de pessoas, incluindo direito, educação, psicologia, psiquiatria e direitos humanos.
Integrada em 2022 à Cúria, esta instância é alvo de severas críticas e registrou várias renúncias. Hans Zollner, seu membro mais influente, renunciou em março de 2023, acusando-a de ter problemas estruturais e de transparência.
Apesar das medidas adotadas pelo papa desde a sua eleição em 2013, como a revogação do segredo pontifício ou a obrigação de relatar casos, associações de vítimas consideram que as ações concretas para combater a pedofilia continuam sendo insuficientes.
* AFP