Os dirigentes do Med9, os nove países do sul da União Europeia (UE), estão reunidos no Chipre nesta sexta-feira (11) para abordar a crise no Oriente Médio, um encontro que também conta com a participação do rei da Jordânia, Abdullah II.
"A poucos quilômetros do Chipre temos uma guerra", declarou o presidente cipriota, Nikos Christodoulides, na abertura da cúpula na cidade de Paphos, sudoeste da ilha.
Christodoulides agradeceu ao rei jordaniano pela presença no encontro com os líderes de Croácia, Eslovênia, Espanha, França, Grécia, Itália, Malta e Portugal, aos quais também se juntou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
A reunião ocorre em um contexto de escalada no Oriente Médio, depois que Israel bombardeou o centro de Beirute na quinta-feira, provocando a morte de 22 pessoas no ataque mais mortal contra a capital libanesa desde a intensificação da campanha militar israelense em 23 de setembro.
Os dirigentes discutirão sobre o ataque israelense que feriu dois capacetes azuis da força da ONU destacada entre Líbano e Israel, a Unifil, que gerou indignação na comunidade internacional.
Este formato de reunião, entre países que "são particularmente sensíveis à instabilidade criada pelas crises regionais", é propício para debater fórmulas para uma "desescalada", indicou a presidência francesa.
Mas a situação é complexa, apesar dos apelos a um cessar-fogo, "o que constatamos é que há um aumento das tensões e da operações militares israelenses no Líbano e do lançamento de foguetes contra o território israelense que nós condenamos", acrescentou.
Antes de sua chegada a Paphos, o presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, fez um apelo à comunidade internacional para que deixasse de exportar armas para Israel, um pedido semelhante ao feito no último fim de semana pelo presidente francês, Emmanuel Macron, que também viajou para o Chipre.
Esta reunião é também uma oportunidade para estes países refinarem suas posições antes da cúpula da União Europeia, nos dias 17 e 18 de outubro, em Bruxelas, especificamente sobre a questão da migração, um tema sensível para os Estados na fronteira do bloco.
* AFP