O carismático ex-presidente Barack Obama entra de vez na campanha eleitoral americana para apoiar a candidata democrata à Casa Branca, Kamala Harris, com um comício, nesta quinta-feira (10), no estado-pêndulo da Pensilvânia.
A equipe de campanha da vice-presidente esperou até a reta final para lançar mão deste brilhante orador, com a esperança de ganhar impulso diante do republicano Donald Trump.
Segundo vários meios, em breve ela vai tirar outra carga da manga: o ex-presidente Bill Clinton. A partir do fim de semana, ele é esperado na campanha em outros estados-chave, como Georgia e Carolina do Norte.
Trump esteve na quarta-feira na Pensilvânia, no nordeste do país, e nesta quinta-feira em mais um estado-pêndulo: Michigan (região dos Grandes Lagos), especificamente em Detroit, a capital da indústria automotiva.
Os fabricantes estrangeiros "nos enviam seus carros, como se fôssemos um bando de tolos (...) milhões e milhões e milhões", vociferou o republicano em Detroit.
"Agora eles terão que jogar com as nossas regras", afirmou em tom ameaçador e criticou mais uma vez Harris, chamando-a de "incrivelmente tola".
Ele também não foi diplomático com a cidade em que estava. "Todo o nosso país acabará sendo como Detroit se ela for presidente", disse durante um discurso no clube econômico local.
Kamala, por sua vez, irá para o outro extremo do país, o oeste, para um comício no estado-pêndulo de Nevada.
Antes, participou de forma remota de uma primeira reunião na Casa Branca sobre os impactos do furacão Milton, que atingiu a Flórida na quarta-feira à noite.
Trump, que mora na Flórida, divulgou uma mensagem de vídeo na qual dizia "rezar" pelos moradores afetados e prometeu que o estado do sudeste americano sairá "mais forte" dessa experiência.
"Esperamos que, em 20 de janeiro (data da posse do próximo presidente), vocês tenham alguém que realmente ajude", diz no vídeo.
O candidato republicano tem criticado duramente a resposta da administração Biden a outra catástrofe, o recente furacão Helene.
- "Yes, she can" -
Obama "considera que chegou a hora de todos se mobilizarem e, por isso, fará tudo o que puder para ajudar a vice-presidente Kamala Harris, (seu companheiro de chapa, Tim) Walz e os democratas" que se apresentam às eleições legislativas que ocorrem simultaneamente às presidenciais em 5 de novembro, informou sua equipe de imprensa.
Obama, de 63 anos, fará um comício à noite em Pittsburgh, berço da indústria do aço americano, participará de um evento de arrecadação de fundos, gravará anúncios de televisão e telefônicos e viajará para outros seis estados-pêndulo.
Durante a Convenção Democrata, realizada em agosto em Chicago, o primeiro presidente negro dos Estados Unidos apresentou Kamala, filha de mãe indiana e pai jamaicano, como sua herdeira.
A multidão então entoou "Yes, she can" (Sim, ela pode), uma adaptação do lema "Yes, we can" ("Sim, nós podemos"), que marcou a campanha vitoriosa de Obama em 2008.
"Kamala Harris está pronta para o trabalho. É alguém que passou toda sua vida lutando por pessoas que precisam ser ouvidas", afirmou na ocasião.
Mas Obama também advertiu que as eleições serão acirradas.
Desde sua eufórica convenção, na qual o partido recuperou a esperança, os democratas perceberam que não será fácil.
Na quarta-feira, uma pesquisa realizada pela Universidade Quinnipiac revelou estimativas sobre três estados-pêndulo: Wisconsin, Michigan e Pensilvânia.
O republicano estaria ligeiramente à frente nos dois primeiros, e a democrata teria uma vantagem muito apertada na Pensilvânia, sem dúvida o estado mais cobiçado.
* AFP