Um líder comunitário defensor dos direitos das pessoas afrodescendentes foi assassinado após receber ameaças de um cartel de drogas no estado mexicano de Veracruz, informaram autoridades locais neste sábado (19).
O corpo do ativista, identificado como Freddy Hernández Vázquez, de 48 anos, foi encontrado na quinta-feira em um rancho de sua propriedade, detalhou um relatório da polícia do município de Playa Vicente.
Um oficial da corporação, que pediu para não ser identificado por não estar autorizado a comentar, disse neste sábado à AFP que, segundo as primeiras investigações, a vítima havia "recebido ameaças por parte do crime organizado".
Membros de um cartel de drogas "estavam contra ele porque não queria colaborar", pois pretendiam que Hernández Vázquez, com sua liderança, garantisse "o apoio da comunidade", acrescentou o oficial.
Hernández Vázquez, veterinário de profissão, era um reconhecido defensor dos direitos e da cultura dos afromexicanos e atuava como agente municipal para mediar entre as autoridades e os moradores da comunidade.
O ataque ocorreu em uma área na fronteira com o estado de Oaxaca (sudeste), onde dias antes foi encontrada uma caminhonete abandonada de propriedade de Sandra Domínguez, uma ativista que denunciou uma suposta rede de pornografia.
Esta mulher de 38 anos e seu marido, Alexander Hernández, ambos originários de Oaxaca, estão desaparecidos desde 4 de outubro.
Funcionários de Oaxaca estariam envolvidos na suposta rede de pornografia, segundo a denúncia de Domínguez.
A presidente Claudia Sheinbaum anunciou que a Secretaria de Segurança federal colabora com as autoridades estaduais na busca por Domínguez e seu marido.
Líderes comunitários e defensores de direitos humanos têm desaparecido ou sido assassinados nos últimos anos no México, vítimas da violência relacionada ao crime organizado.
Desde dezembro de 2006, quando foi lançada uma polêmica operação militar antidrogas, já são mais de 450.000 mortes violentas e dezenas de milhares de desaparecimentos, segundo números oficiais.
* AFP