Os cortes de energia elétrica de dez horas diárias no Equador, em crise devido à pior seca das últimas seis décadas, diminuirão de forma gradual até quatro horas por dia em novembro, anunciou, nesta sexta-feira (18), o presidente Daniel Noboa.
"Sobre os novos horários de racionamento, eles continuarão a ser programados em dois blocos (por dia) e serão gradualmente reduzidos para áreas residenciais", disse o mandatário em um vídeo com as ministras de Energia e Produção publicado nas redes sociais.
Acrescentou, ainda, que "a semana de 21 de outubro será de oito horas, a semana de oito de outubro de seis horas e a semana de 6 de novembro de quatro horas".
A atual fase de racionamento começou em setembro por conta da seca prolongada, a pior em seis décadas, segundo o Executivo, que, durante meses, reduziu os reservatórios das usinas hidrelétricas, que cobrem 70% da demanda nacional de energia, a níveis mínimos históricos.
A crise hídrica levou o país a importantes cortes de eletricidade de até 13 horas em abril.
Noboa disse que para as zonas industriais "o racionamento de dez horas por dia por faixas durante o dia e por setores será mantido".
A associação comercial alega que o país perde 12 milhões de dólares para cada hora de interrupção.
"Devido ao impacto das mudanças climáticas e a seca sem precedentes, o colapso do nosso sistema de energia era inevitável. Sem água não temos luz", disse a ministra da Energia, Inés Manzano.
Ela acrescentou, ainda, que o país, de 17 milhões de habitantes é "inteiramente dependente" das hidroelétricas.
"Nas últimas semanas, como país, enfrentamos momentos extremamente complexos", admitiu Noboa, que, em compensação, disse que o governo subsidiará os primeiros 180 quilowatts de consumo residencial por mês a partir de novembro.
O Equador precisa de cerca de 4.600 MW e enfrenta um déficit de 1.600 MW.
O presidente indicou que seu governo planeja incorporar a "médio prazo" cerca de 1.600 MW ao sistema nacional, de novembro ao primeiro trimestre de 2025, por meio de geração térmica e da operação de outra usina hidrelétrica.
"Os geradores que estamos adquirindo operam em um modo duplo, com diesel e gás natural, para aproveitar nossos recursos, ser mais eficientes e nos separar da dependência da energia hidrelétrica", enfatizou.
O Equador promove uma mudança na matriz energética para "não depender somente da água", incentivando projetos como energias solares, eólicas e geotérmicas, de acordo com Manzano.
Por conta da crise hídrica e de seus efeitos, vinte das 24 províncias do Equador estão em alerta vermelho.
* AFP