O PIB da zona do euro cresceu 0,4% no terceiro trimestre, anunciou nesta quarta-feira (30) a agência europeia de estatísticas Eurostat, parcialmente estimulado pela recuperação na Alemanha, que superou uma tendência de recessão.
A economia do bloco do euro cresceu 0,2% no segundo trimestre.
Os dados anunciados pela Eurostat superam as expectativas dos mercados que, segundo uma pesquisa da Bloomberg, apostavam em um crescimento de 0,2% no terceiro trimestre.
Para o conjunto da UE (ou seja, incluindo os países que não utilizam o euro como moeda), a Eurostat registrou um crescimento de 0,3% no mesmo período.
No primeiro trimestre, o PIB da Eurozona avançou 0,3%, superando a estagnação do segundo semestre do ano anterior (0%).
Segundo os dados da Eurostat, a Alemanha superou uma tendência de contração (0,2% no primeiro trimestre, queda de -0,3% no segundo) ao retomar o crescimento, com uma expansão de 0,2% entre julho e agosto.
No caso da Alemanha, os mercados projetavam uma contração de 0,1% no terceiro trimestre.
No mesmo período, a França cresceu 0,4%, enquanto o PIB da Itália permaneceu estagnado. A Espanha prosseguiu na trajetória de crescimento acima da média do bloco, com um avanço de 0,8% no terceiro trimestre (0,9% nos três primeiros meses do ano e 0,8% entre abril e junho).
Portugal cresceu 0,2% no terceiro trimestre, o mesmo desempenho registrado entre abril e junho.
- Cautela -
O maior crescimento no período analisado foi registrado na Irlanda, que apresentou uma recuperação expressiva de 2,0%, após a queda de -1,0% no trimestre anterior.
A Hungria registrou uma queda expressiva de 0,7%. Letônia (-0,4%) e Suécia (-0,1%) também ficaram em território negativo.
O analista Bert Colijn, economista-chefe do banco ING, destacou que ainda é necessário ter "cautela sobre as perspectivas para os próximos meses".
"O consumidor continua poupando, o que faz com que a recuperação do consumo graças ao maior crescimento dos salários reais seja relativamente moderada", explicou.
Colijn destacou que "a aceleração do crescimento trimestral de 0,2% a 0,4% indica que as preocupações sobre uma recessão iminente são exageradas".
Ele acrescentou, no entanto, que "a força da economia da zona do euro também não deve ser superestimada com base na leitura de crescimento melhor do que o esperado".
Franziska Palmas, economista da Capital Economics, afirmou que, "olhando para o futuro, o crescimento do PIB na zona do euro deve desacelerar no quarto trimestre".
O crescimento do PIB da Eurozona no terceiro trimestre foi mais forte do que o esperado, observa, embora destaque, ao mesmo tempo, que "os primeiros indícios são de que a inflação será um pouco superior que o previsto em outubro".
Por isso, ela insistiu que, apesar do crescimento do PIB no terceiro trimestre, "as perspectivas são negativas".
As atenções se voltam agora para os dados da inflação de outubro na zona do euro: os analistas esperam um leve aumento.
A Eurostat anunciou um índice de inflação em setembro de 1,7% em termos anuais no bloco.
* AFP