O apagão que atinge o território de Cuba - após uma falha na maior usina do país - parou estatais e deixou 10 milhões de pessoas estão no escuro. O número é quase a totalidade da população local (11 milhões de habitantes). Segundo o governo, a ilha está em "emergência energética".
O país enfrenta uma crise energética há pelo menos três meses. Várias províncias registraram apagões de até 20 horas nas últimas semanas.
Segundo o diretor-geral de eletricidade do Ministério de Energia e Minas, Lázaro Guerra, o sistema elétrico entrou em colapso total após a central termoelétrica Antonio Guiteras parar de funcionar.
— Parou tudo — disse.
Embargo
O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, afirmou que o governo trabalha "com absoluta prioridade" para restabelecer a energia o mais rápido possível, mas não deu previsão.
Ele suspendeu o comércio e os serviços não essenciais por três dias. O presidente culpou o embargo econômico dos EUA, por dificultar a importação de combustível.
— A causa principal é a guerra econômica, a perseguição financeira e energética dos EUA — disse.
O primeiro-ministro cubano, Manuel Marrero, disse que o governo não teve outra escolha a não ser "paralisar a economia". Em discurso televisionado, ele também responsabilizou o embargo.
— A falta de combustível é o principal fator — disse o premiê, em uma aparição ironicamente cortada por falhas técnicas — Apesar dos apagões, ainda estamos longe do abismo.
Sucateamento
A energia elétrica em Cuba é gerada por oito centrais termoelétricas sucateadas, que em alguns casos apresentam avarias ou estão em manutenção, além de sete usinas flutuantes - que o governo aluga de empresas turcas - e de grupos de geradores. A infraestrutura requer combustível para se manter.
Autoridades disseram também que, para piorar a situação, a infraestrutura sofreu danos graves com o vento forte e as mares agitadas que começaram com a passagem do furacão Milton.
Protestos
A direção da empresa elétrica da Província de Camagüey, no centro do país, anunciou medidas severas na quarta-feira. "A Empresa Elétrica de Camagüey trabalha para garantir o serviço por cerca de três horas aproximadamente", indicou a companhia em uma postagem no X.
De acordo com a imprensa independente de Cuba, dezenas de pessoas protestaram no início da semana nas províncias de Sancti Spíritus e Holguín por causa dos apagões. Em março, uma onda de manifestações tomou conta de Santiago, a segunda maior cidade da ilha, após um apagão de 13 horas.