O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, instou Israel, nesta sexta-feira (4), a não atacar instalações petrolíferas do Irã, depois de ter reconhecido na véspera que esta possibilidade estava sendo considerada.
"Se eu estivesse no lugar deles, estaria pensando em outras alternativas que não envolvessem atacar campos de petróleo", declarou Biden a jornalistas.
O temor de uma escalada do conflito no Oriente Médio se intensificou depois que, na terça-feira, o Irã lançou quase 200 mísseis contra Israel, e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometeu que a República Islâmica pagaria por seu "grande erro".
O Exército israelense prometeu desferir "duros golpes" contra o movimento pró-iraniano Hezbollah no Líbano, onde suas tropas travam combates terrestres apoiados por ataques aéreos contra milicianos do movimento islamista.
As cotações do petróleo subiram na quinta-feira devido ao temor de um conflito generalizado no Oriente Médio.
Um aumento nos preços do petróleo é uma péssima notícia para a vice-presidente Kamala Harris, candidata democrata à Casa Branca contra o ex-presidente republicano Donald Trump nas eleições de novembro.
Biden assegurou que seu país está tentando mobilizar o mundo.
"A coisa mais importante que podemos fazer é tentar mobilizar o resto do mundo e nossos aliados", disse Biden, nesta sexta-feira, a jornalistas na Casa Branca.
"Mas quando há grupos (pró-iranianos) tão irracionais como o Hezbollah e os huthis (do Iêmen) é difícil", acrescentou.
Biden foi evasivo ao ser questionado se acreditava que Netanyahu estava atrasando a assinatura de um acordo de paz para tentar influenciar as eleições presidenciais americanas.
"Nenhuma administração ajudou Israel mais do que eu. Nenhuma, nenhuma, nenhuma. E acho que Bibi (apelido do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu) deveria se lembrar disso", respondeu Biden.
"E se ele está tentando influenciar as eleições, não sei, mas não conto com isso", acrescentou.
Biden afirmou que não conversa com Netanyahu desde o ataque iraniano, mas que as equipes dos dois países estão em "contato constante".
"Eles não vão tomar uma decisão imediatamente, por isso vamos esperar e ver quando vão querer falar", acrescentou o líder democrata.
Quase um ano depois do início da guerra na Faixa de Gaza, desencadeada pelo ataque do grupo islamista palestino Hamas em 7 de outubro de 2023 no território israelense, Israel anunciou em meados de setembro que o "centro de gravidade" do conflito se deslocou para o norte, na fronteira com o Líbano.
Israel afirma que busca enfraquecer o Hezbollah para permitir o retorno de dezenas de milhares de pessoas deslocadas desde que o movimento islamista começou a lançar projéteis há um ano contra o norte de seu território em apoio ao Hamas.
* AFP