As autoridades dos Países Baixos anunciaram nesta quinta-feira (12) que apreenderam milhares de "fat bikes" elétricas ilegais importadas da China, que são muito populares, mas causam problemas de trânsito.
Cerca de 16.500 desses veículos ilegais, chamados de "fat bikes" devido a seus pneus largos e estrutura robusta que lhes dá a aparência de uma motocicleta baixa, foram apreendidos desde julho no porto de Roterdã.
Outros 1.000 foram apreendidos em centros de distribuição de um fornecedor holandês.
A Inspetoria de Transportes dos Países Baixos (ILT) disse em um comunicado que as bicicletas confiscadas, de fabricantes chineses, "poderiam ser manipuladas para exceder" o limite de velocidade legal para bicicletas elétricas, que é de 25 quilômetros por hora na Europa.
Essas bicicletas tinham baterias potentes e outras especificações técnicas típicas de ciclomotores, acrescentou.
O número destes veículos cresceu consideravelmente nos Países Baixos desde que a exigência de capacete obrigatório para condutores de scooters motorizadas foi introduzida em janeiro de 2023, levando muitas pessoas a optarem pelas "fat bikes", para as quais não é necessário usar capacete.
No entanto, essa tendência, especialmente popular entre os adolescentes, gera uma série de reclamações e pedidos para regulamentar seu uso.
As autoridades estão preocupadas com a facilidade com que é possível reprogramar o software que limita a velocidade dessas bicicletas, bem como com a importação de modelos com baterias mais potentes do que o permitido e aceleradores que as fazem parecer mais com motocicletas do que com bicicletas.
O uso cada vez maior de "fat bikes" também levou a um aumento significativo no número de internações em pronto-socorros, informou a organização de segurança holandesa Veiligheid.nl.
Na quarta-feira, a questão foi tema de um debate acalorado entre o novo governo dos Países Baixos e os parlamentares.
Os legisladores pedem, entre outras medidas, a introdução de uma idade mínima de 14 anos para o uso destes veículos, bem como a obrigatoriedade de capacetes.
Espera-se uma votação no Congresso nas próximas duas semanas.
* AFP