Os pagers do grupo Hezbollah que explodiram quase que simultaneamente na terça-feira (17) eram procedentes de Taiwan e foram carregados com explosivos antes de chegarem ao Líbano, publicou o jornal americano The New York Times (NYT).
Centenas de pagers explodiram no Líbano em regiões consideradas redutos do Hezbollah, matando 12 pessoas e ferindo 2,8 mil, segundo fontes oficiais. O grupo pró-Irã atribuiu o ataque a Israel.
Os aparelhos haviam sido encomendados à fabricante taiwanesa Gold Apollo, informou o jornal, citando funcionários americanos "e de outros países". Eles foram manipulados antes de chegarem ao Líbano.
Uma fonte próxima do Hezbollah disse mais cedo à AFP que os pagers "que explodiram correspondem a um carregamento de mil dispositivos" que parecem ter sido "sabotados desde a origem". Segundo o NYT, foram encomendados cerca de 3 mil pagers, a maioria do modelo AR924.
— Para Israel introduzir um detonador explosivo no novo lote, provavelmente precisou acessar a cadeia de abastecimento desses dispositivos — disse a analista militar e de segurança Elijah Magnier, radicada em Bruxelas.
A especialista atribuiu o ataque a Israel, assim como o fez o Hezbollah, em comunicado oficial.
— A inteligência israelense se infiltrou no processo de produção, acrescentando um componente explosivo e um mecanismo de ativação remota aos pagers sem levantar suspeitas — ressaltou, levantando a possibilidade de que a terceira parte que vendeu os dispositivos possa ter sido uma "frente de inteligência" criada por Israel para esse fim.