Um ataque de Israel a um campo de deslocados pela guerra, no sul da Faixa de Gaza neste sábado (13), matou 71 pessoas e deixou mais de 280 feridos. As informações são do Ministério da Saúde de Gaza.
De acordo com autoridades israelenses, o alvo era Mohamed Deif, chefe da ala militar do grupo terrorista Hamas, considerado como o principal arquiteto do ataque de 7 de outubro que matou cerca de 1,2 mil pessoas no sul de Israel e desencadeou a guerra entre Israel e o Hamas, e também Rafa Salama, comandante das brigadas do Hamas em Khan Younis.
Deif está no topo da lista dos mais procurados por Israel há anos e acredita-se que tenha escapado de várias tentativas de assassinato israelenses no passado.
Em um comunicado, o Hamas rejeitou a justificativa. "Esta não é a primeira vez que a ocupação alega ter como alvo líderes palestinos, e suas mentiras foram posteriormente provadas como falsas", disse o grupo em um post na rede social X (antigo Twitter).
O Ministério da Saúde de Gaza disse que pelo menos 289 pessoas ficaram feridas no ataque e que muitos dos feridos e mortos foram levados para o Hospital Nasser, nas proximidades.
Testemunhas disseram que o ataque caiu dentro de Muwasi, a zona de segurança designada por Israel que se estende do norte de Rafah até Khan Younis. A faixa costeira é o local para onde centenas de milhares de palestinos deslocados fugiram em busca de segurança, abrigando-se principalmente em tendas improvisadas.
O ataque acontece no momento em que mediadores dos Estados Unidos, do Egito e do Catar continuam a pressionar para reduzir as diferenças entre Israel e o Hamas em relação a um acordo proposto para um cessar-fogo em três fases e um plano de libertação de reféns em Gaza. A possível morte ou ferimento de qualquer autoridade sênior do Hamas ameaça inviabilizar as negociações em andamento.
A proposta apoiada pelos EUA prevê um cessar-fogo inicial com uma libertação limitada de reféns e a retirada das tropas israelenses das áreas povoadas de Gaza. Ao mesmo tempo, os dois lados negociarão os termos da segunda fase, que deve trazer a libertação total dos reféns em troca de um cessar-fogo permanente e da retirada completa dos israelenses de Gaza.
Israel lançou sua campanha em Gaza após o ataque do Hamas em 7 de outubro, no qual os terroristas invadiram o sul de Israel, mataram cerca de 1,2 mil pessoas, a maioria civis, e sequestraram cerca de 250.