O secretário de Estado americano, Antony Blinken, afirmou nesta quarta-feira (31) que um cessar-fogo em Gaza é "imperativo" após o assassinato do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã, capital do Irã.
Durante um fórum em Singapura, Blinken evitou comentar diretamente o assassinato de Haniyeh.
Ismail Haniyeh, assassinado nesta quarta-feira em Teerã, aos 61 anos, passou a ser conhecido internacionalmente em 2006, quando se tornou primeiro-ministro da Autoridade Palestina após a surpreendente vitória do seu movimento nas eleições legislativas.
Há vários anos, o líder do movimento terrorista defendia conciliar a luta armada e o combate político, assim como manter boas relações com os líderes dos vários movimentos palestinos.
Considerado um pragmático dentro do Hamas e conhecido por sua calma, Haniyeh vivia em um exílio voluntário entre o Catar e a Turquia, mas viajou a Teerã para acompanhar a cerimônia de posse do novo presidente do Irã, Masud Pezeshkian.
Ele nasceu em 1963 no campo de refugiados de Al Shati em Gaza, em uma família que fugiu de Ashkelon (alguns quilômetros ao norte) durante a criação do Estado de Israel 15 anos antes.
Começou o ativismo na ala estudantil da Irmandade Muçulmana na Universidade Islâmica de Gaza, origem do Hamas, e integrou o sindicato de estudantes entre 1983 e 1984.
Em 1987, ele participou na criação do movimento Hamas, fundado após a explosão da primeira Intifada, que prosseguiu até 1993. Durante este período, Haniyeh foi detido diversas vezes por Israel e expulso durante seis meses para o sul do Líbano.
Em 2003, Haniyeh e o fundador e líder espiritual do Hamas, Sheikh Ahmad Yassin, sobreviveram a uma tentativa de assassinato quando escaparam de uma casa bombardeada por aviões israelenses. Yassin foi assassinado um ano depois.