Um alto funcionário saudita defendeu, nesta sexta-feira (21), a forma com a qual o reino do Golfo realizou o hajj, depois que vários países relataram mais de 1.100 mortes durante a peregrinação, em sua maioria atribuídas às altas temperaturas.
"O Estado [saudita] não falhou, mas houve um erro de julgamento por parte das pessoas que não avaliaram os riscos", assegurou o funcionário à AFP, na primeira reação oficial ao ocorrido.
Um balanço da AFP elaborado nesta sexta-feira com declarações oficiais e relatórios de diplomatas estimou o balanço de mortos em 1.119 pessoas, a metade delas egípcias.
O funcionário saudita afirmou que as autoridades confirmaram 577 mortos durante os dois dias mais importantes do hajj: no sábado, quando os peregrinos se reuniram durante horas para rezar no Monte Arafat, e no domingo, quando participaram em Mina do apedrejamento das estelas que representam o Satanás.
"Isso ocorreu em meio a condições meteorológicas difíceis e com uma temperatura muito elevada", assegurou o funcionário.
A mesma fonte reconheceu que o número de 577 mortes é parcial e não engloba todo o período do hajj, que foi concluído oficialmente na quarta-feira.
O hajj é um dos cinco pilares do islã e todo muçulmano que tenha os meios necessários deve fazê-lo pelo menos uma vez em sua vida.
Este ano, o hajj atraiu cerca de 1,8 milhão de peregrinos, dos quais 1,6 milhão vinham do exterior, segundo as autoridades sauditas.
Em ocasião da peregrinação, o reino distribui todos os anos vistos por país baseado em um sistema de cotas.
Mesmo para quem consegue obtê-los, os elevados custos tornam a via irregular mais atrativa, já que custa milhares de dólares a menos.
"Podemos avaliar o número de peregrinos não registrados em cerca de 400.000", declarou o funcionário saudita.
"Quase todos de uma nacionalidade", acrescentou, referindo-se provavelmente ao Egito.
Diplomatas árabes afirmaram no início da semana à AFP que o Egito havia contabilizado 658 mortos, 630 deles peregrinos não registrados.
* AFP