O contingente de policiais quenianos que vão atuar no Haiti viajará em 25 de junho como parte da missão apoiada pela ONU para deter a violência do crime organizado, informaram fontes do governo e da polícia do país africano neste domingo (23).
O Quênia propôs enviar cerca de mil efetivos para liderar uma missão multinacional apoiada pela ONU contra a violência das gangues no país caribenho.
Mas o envio desse contingente enfrenta obstáculos na Justiça no país africano, já que seus opositores consideram que a missão é perigosa e inconstitucional.
O presidente do Quênia, William Ruto, defende com entusiasmo a missão e anunciou este mês que o destacamento começaria em poucas semanas.
"A saída será na terça-feira [25] desta semana", declarou um funcionário do Ministério do Interior, que falou em condição de anonimato.
Um policial de alto escalão indicou, por sua vez, que duas equipes avançadas já foram destacadas e que "os preparativos estão prontos para que o contingente saia rumo ao Haiti na terça-feira".
A missão, aprovada em outubro pelo Conselho de Segurança da ONU e da qual os Estados Unidos são o principal apoiador financeiro, acabou adiada devido à instabilidade que impera no Haiti e à oposição interna no Quênia.
Em janeiro, a Justiça declarou que o governo queniano não tem autoridade para enviar agentes ao exterior sem uma autorização especial.
O governo conseguiu a autorização em 1º de março, mas um pequeno partido de oposição apresentou um novo recurso à Justiça para tentar deter o envio da missão.
A ONG Human Rights Watch (HRW) expressou sua preocupação em maio sobre o destacamento de policiais quenianos, questionando o financiamento, além de temores por questões de "direitos humanos". Muitas organizações acusam a polícia queniana de uso excessivo da força e de execuções extrajudiciais.
* AFP