As autoridades separatistas pró-Rússia da região moldava da Transnístria afirmaram neste domingo (17) que um drone explosivo, procedente da Ucrânia, atingiu uma base militar de sua capital. A Moldávia, porém, negou as acusações.
"Uma explosão causou um incêndio na base militar de Tiraspol", indicou o Ministério da Segurança do Estado desta república autoproclamada, citado pelos meios de comunicação russos locais.
"Foi estabelecido preliminarmente que a explosão foi causada por um ataque kamikaze com um drone", acrescentou, garantindo que o aparelho procedia da região ucraniana de Odessa.
Os funcionários separatistas afirmaram que não houve feridos e abriram uma investigação criminal.
O ataque foi qualificado pela Ucrânia como uma "provocação" russa. "A Rússia provocou na Transnístria com um ataque de drone kamikaze contra uma unidade militar", afirmou em comunicado o Conselho de Segurança ucraniano, que acusa o governo russo de querer "uma escalada" na situação da região.
Por sua vez, a Moldávia rejeitou as afirmações das autoridades separatistas e classificou a versão como uma "tentativa de provocar medo e pânico".
"As autoridades em Chisinau, em contato com a parte ucraniana, não confirmam nenhum ataque contra a região da Transnístria", assegurou o governo em um comunicado.
A televisão pública da Transnístria publicou em sua conta no Telegram um vídeo de vigilância que mostrava um projétil atingindo um helicóptero militar, que explodiu e pegou fogo.
Transnístria é uma região predominantemente de língua russa que dependeu por muito tempo do apoio de Moscou e se separou da Moldávia, um país pró-europeu, de língua romena e fronteiriço com a Ucrânia, após a queda da União Soviética.
No final de fevereiro, autoridades solicitaram à Rússia "medidas de proteção" contra a "crescente pressão", segundo elas, dos moldavos.
A Transnístria faz fronteira com a região ucraniana de Odessa, que as forças russas não conseguiram conquistar quando invadiram a Ucrânia em fevereiro de 2022.
A região se separou após uma breve guerra contra o Exército moldavo em 1992. Segundo números oficiais, a Rússia mantém 1.500 militares por ali, com o objetivo de desempenhar uma missão de manutenção da paz.
* AFP