Milhares de congolesas vestidas de preto se manifestaram, nesta sexta-feira (8), Dia Internacional dos Direitos das Mulheres, em luto pelas pessoas mortas nos conflitos do leste da República Democrática do Congo, relataram jornalistas da AFP.
"Nós, mulheres da República Democrática do Congo, rejeitamos a guerra, o estupro e o saque dos nossos recursos", reivindicam milhares delas, enquanto marchavam com cartazes pelas ruas de Bukavu, capital de Kivu do Sul, uma das províncias do leste afetadas por décadas de violência armada.
"Estamos vestidas de preto e marchamos para expressar nossa raiva e angústia", afirmou a ativista dos direitos das mulheres, Jeannine Kabyahura, entre as milhares de pessoas que marcharam mais ao norte, em Bunia, capital provincial de Ituri.
Localizada entre as duas províncias está Kivu do Norte, que sofre com recorrentes conflitos armados, como a rebelião do M23 ("Movimento 23 de Março"), que há dois anos, com apoio de Ruanda, tomou grandes extensões de território, provocando deslocamentos em massa da população.
"Nós dormimos em nossas casas, mas nossos compatriotas de Kivu do Norte passam a noite ao relento", indicou a chefe da divisão provincial 'gênero, mulher e família', Jacqueline Ngengele, antes de ler de um memorando enviado ao governo na manifestação de Bukavu.
No texto, as mulheres de Kivu do Sul pediram para a comunidade internacional "impor sanções aos países agressores e aos comandantes".
Não houve marcha em Goma, mas uma conferência foi organizada em um grande hotel da cidade, na qual participou a ministra de Gênero, Mireille Masangu, que expressou seu desejo de que as mulheres se envolvam "na busca pela paz".
* AFP