Durante uma conferência sobre drogas da ONU em Viena, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, pediu à comunidade internacional para unir-se na luta contra o fentanil - uma droga sintética que está causando estragos no país.
"Meu pedido para essa assembleia é urgente: se quisermos mudar a trajetória dessa crise, há apenas uma maneira de fazer isso, e é juntos", afirmou Blinken perante delegados do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), reunidos por dez dias na capital austríaca.
"Mais de 40% dos americanos conhecem alguém que morreu por overdose" de drogas sintéticas, "a principal causa de morte entre pessoas de 18 a 45 anos" no país, acrescentou.
O fentanil é um potente opioide sintético desenvolvido para uso medicinal, mas também usado como droga.
O composto é 50 vezes mais potente que a heroína, mas sua fabricação é muito mais fácil e barata.
Os EUA acusam os laboratórios chineses de fornecerem as substâncias necessárias para produção aos traficantes, principalmente mexicanos.
O presidente Joe Biden, atualmente em campanha para as eleições presidenciais de novembro, tornou o assunto uma de suas prioridades.
Nesta sexta-feira (15), Blinken prometeu US$ 175 milhões (R$ 870 milhões) para a luta internacional contra o fentanil.
"As drogas sintéticas mudaram a situação, tornando mais barata e fácil a produção e o contrabando de substâncias extremamente potentes e muitas vezes mortais", afirmou a diretora executiva do UNODC, Ghada Waly.
"O fenômeno se junta à ameaça das drogas tradicionais à base de plantas, mas não a substitui", declarou na quinta-feira(14), durante a abertura da conferência.
Blinken formou uma coalizão de 151 países para combater os estragos do fentanil.
Os Estados Unidos pressionam especialmente a China para que lute contra essa droga sintética, que mata dezenas de milhares de americanos a cada ano.
Uma delegação dos EUA viajou à China no início de fevereiro para reuniões sobre o tema, dando seguimento aos compromissos assumidos durante a reunião entre Biden e seu homólogo chinês, Xi Jinping, em novembro, na Califórnia.
Em Viena, entretanto, uma fonte diplomática americana informou não existir nenhuma previsão para o encontro bilateral entre os Estados Unidos e a China.
Washington reprova Pequim por não estar fazendo o suficiente para combater a produção e exportação ilegal dos componentes usados para fabricar a droga.
* AFP