Um jovem morreu depois de ser ferido no sábado em confrontos durante uma manifestação no Senegal, elevando para três o número de mortos desde o início da crise devido ao adiamento das eleições presidenciais, informaram neste domingo (11) fontes médicas.
O jovem, identificado como Landing Camara, de 16 anos, "recebeu um projétil na cabeça e morreu ontem à noite devido aos ferimentos na unidade de terapia intensiva", disse à AFP o chefe de um hospital em Ziguinchor, reduto do líder opositor preso Ousmane Sonko, no sul do país.
"Houve vários feridos graves durante as manifestações e um morreu. Ele foi baleado na cabeça", disse Abdou Sané, coordenador local do partido de oposição Pastef, à AFP.
O adolescente é a terceira pessoa a morrer desde o início dos protestos. Dois jovens, de 22 e 23 anos, morreram na sexta-feira em manifestações em Dakar e Saint Louis, no norte do país.
Em uma mensagem publicada nas redes sociais, a embaixada dos Estados Unidos no Senegal convocou "todas as partes a agirem de forma pacífica e comedida". "Continuamos pedindo ao presidente Sall que restabeleça o calendário eleitoral, restaure a confiança e acalme a situação", acrescentou.
A União Europeia instou as autoridades senegalesas a "garantirem as liberdades fundamentais" após a última vítima mortal, declarou na rede social X a porta-voz das Relações Exteriores e Política de Segurança do bloco, Nabila Massrali.
O Senegal está imerso em uma grave crise política desde que o presidente, Macky Sall, anunciou na semana passada o adiamento das eleições para designar o seu sucessor, inicialmente marcadas para 25 de fevereiro.
Sall justificou a medida devido à disputa entre a Assembleia Nacional e o Conselho Constitucional pela impugnação de alguns candidatos.
Os deputados investigam dois juízes do Conselho, cuja integridade no processo eleitoral foi posta em causa.
O Parlamento senegalês aprovou na segunda-feira um adiamento para 15 de dezembro, com os votos do bloco presidencial e dos apoiadores de um candidato impugnado.
* AFP