O governo da Argentina anunciou nesta quarta-feira (10) que conseguiu renegociar a dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI). O acordo permitirá ao país acesso a
US$ 4,7 bilhões. Em contrapartida, o governo se comprometeu com uma série de ajustes econômicos, como cortes de gastos e aumento das reservas internacionais.
Em entrevista coletiva, o ministro da Economia, Luis Caputo, afirmou que não se trata de um novo pacote de ajuda mas de uma revisão do pacote anterior, cujas metas não foram cumpridas em 2023.
Em comunicado, o FMI alegou que o acordo tem como objetivo "respaldar os sólidos esforços de políticas da nova administração para restabelecer a estabilidade macroeconômica". O documento também faz críticas à gestão anterior, do ex-presidente Alberto Fernández, pelo não cumprimento das metas.
O acordo foi anunciado após uma série de encontros entre a delegação do alto escalão do FMI e o governo argentino. No último domingo (7), o presidente Javier Milei afirmou em entrevista a uma rádio argentina que esperava um desembolso do FMI para ter “uma gestão macroeconômica mais flexível, o que permitiria a elaboração de um programa de estabilização (econômica) mais enérgico”.
Entenda
Em 2018, a Argentina recebeu o maior empréstimo concedido pelo FMI na sua história, em um montante de quase US$ 55 bilhões, dos quais US$ 44 bilhões foram desembolsados.
Devido à pandemia e a uma seca histórica, o governo Fernández acordou no início de 2022 um novo programa de refinanciamento pelo qual o país se comprometeu a cumprir uma série de metas — fiscais e de emissão monetária, entre outras.
Essas diretrizes foram suspensas a partir de meados de 2023 em coincidência com a campanha eleitoral.
Milei, que após tomar posse em 10 de dezembro lançou um plano de ajuste e desregulamentação de uma economia com forte intervenção estatal, expressou em diversas ocasiões que o FMI não deveria se preocupar porque seu governo será mais austero do que a organização exige