Aloys Ndimbati, um dos últimos fugitivos procurados pelo seu suposto papel no genocídio de Ruanda em 1994 - durante o qual pelo menos 800 mil pessoas foram exterminadas - morreu em 1997 em Ruanda, anunciaram promotores internacionais nesta terça-feira (14).
O Mecanismo Internacional (MICT), encarregado desde 2015 de concluir o trabalho do Tribunal Penal Internacional para Ruanda (TPIR) - criado pela ONU após o genocídio - afirmou estar em condições de concluir "após uma investigação exaustiva e difícil" que Ndimbati morreu no final de junho de 1997 em Gatore, sudeste de Ruanda.
"Nenhuma evidência confiável e corroborada de vida após esse período foi identificada", afirmou a Promotoria em comunicado, afirmando que as circunstâncias exatas de sua morte são desconhecidas.
Prefeito do município de Gisovu (oeste), Ndimbati foi acusado de ter desempenhado um papel de liderança no extermínio dos tutsis na cidade de Kibuye (oeste), ordenando aos guardas e policiais sob sua autoridade que os atacassem e indicando os locais em que eles se escondiam.
O genocídio cometido em 1994 em Ruanda, instigado pelo regime extremista hutu então no poder, deixou mais de 800 mil mortos, principalmente entre a minoria tutsi, mas também entre os hutu moderados, segundo a ONU.
Ndimbati recebeu sete acusações: genocídio, cumplicidade no genocídio, incitação direta e pública à prática de genocídio, crimes de extermínio, homicídio, estupro e perseguição.
Charles Sikubwabo e Charles Ryandikayo são os dois últimos supostos autores do genocídio que permanecem foragidos.
* AFP