O regime militar que tomou o poder no Níger acusou, nesta sexta-feira (22), o secretário-geral da ONU, António Guterres, de "ações pérfidas" e de ter obstaculizado a participação do país africano na Assembleia Geral das Nações Unidas.
"O Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria [os autores do golpe de Estado] e o governo da república do Níger convocam as comunidades nacional e internacional a tomarem nota das ações pérfidas do secretário-geral da ONU, António Guterres, destinadas a minar qualquer esforço para pôr fim à crise de nosso país", disseram em um comunicado lido na televisão pública.
Segundo essa declaração, Guterres "se equivocou no exercício de sua missão ao obstaculizar a plena participação do Níger na 78ª sessão da Assembleia Geral da ONU".
No dia 26 de julho, os militares deste país do Sahel deram um golpe de Estado para derrubar o presidente democraticamente eleito Mohamed Bazoum, que está detido desde então.
O regime militar mandou para a Assembleia Geral seu novo ministro de Relações Exteriores, Bakary Yaou Sangaré, que, antes do golpe de Estado, era o representante do país na ONU.
Contudo, segundo o comunicado lido pela junta militar, Guterres "não quis tomar nota da lista oficial de delegados do Níger" e atendeu ao pedido do ex-chanceler do país para destituir o representante de Niamei nas Nações Unidas.
* AFP