O Ministério Público pediu, nesta sexta-feira (29), penas de entre dez anos e prisão perpétua contra seis militares da República Democrática do Congo pela repressão de uma manifestação que deixou 57 mortos no leste do país.
Em 30 de agosto, as forças armadas impediram uma manifestação de uma seita religiosa na cidade de Goma contra a presença das tropas de paz da ONU. Na repressão, pelo menos 57 pessoas morreram, segundo o último balanço oficial.
O MP pediu prisão perpétua no tribunal militar da região do Kivu do Norte para o coronel Mike Mikombe, comandante da Guarda Republicana em Goma, dez anos de prisão para dois acusados e 20 para os outros três.
O promotor, coronel Michel Kachil, acusou de prática de "crimes de guerra e crimes contra a humanidade" o comandante Mikombe, que negou as acusações.
O ataque provocou um aumento da tensão em Goma, capital desta província abalada pela violência.
O governo anunciou rapidamente a prisão de vários soldados depois da tragédia e prometeu fazer justiça.
Os grupos armados causam estragos no leste da República Democrática do Congo há três décadas, uma herança das guerras regionais que eclodiram nos anos 1990 e 2000.
A missão de manutenção da paz da ONU na região é uma das maiores e mais caras do mundo, com orçamento anual de cerca de US$ 1 bilhão (aproximadamente R$ 5 bilhões, na cotação atual), mas as Nações Unidas também sofrem duras críticas por sua ineficácia.
* AFP