O chefe político dos sérvios da Bósnia, Milorad Dodik, foi acusado oficialmente nesta segunda-feira (11), por um tribunal de Sarajevo, de rejeitar a autoridade do Alto Representante internacional, encarregado de supervisionar o acordo de paz do país.
"Posso confirmar que o indiciamento contra o presidente da República da Sérvia, Milorad Dodik, foi validado", disse à AFP um funcionário da assessoria de imprensa do Tribunal do Estado da Bósnia.
Dodik, próximo do Kremlin e sancionado pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido devido às suas recentes ameaças separatistas, será julgado pela primeira vez por suas ações políticas e poderá enfrentar de seis meses a cinco anos de prisão.
O político, de 64 anos, foi acusado em 11 de agosto pelo Ministério Público da Bósnia, por "não cumprir" as decisões do Alto Representante no país, atualmente o diplomata alemão Christian Schmidt.
O titular deste cargo, criado pelos acordos de paz de Dayton em 1995, tem poderes arbitrários para anular ou impor leis e também para destituir representantes eleitos.
Em junho, Dodik instou o Parlamento da República da Sérvia a votar duas leis que proíbem a aplicação das decisões do Tribunal Constitucional da Bósnia e do Alto Representante.
Embora o Alto Representante tenha rapidamente anulado os dois textos, ambos foram promulgados por Dodik e publicados no Diário Oficial da República.
O julgamento do líder dos sérvios da Bósnia será um grande teste para o sistema judicial central do país.
O político "pode ir a tribunal, mas eles não vão colocar Milorad Dodik na prisão, mesmo que o condenem", alertou em 5 de setembro durante uma entrevista
* AFP