A junta militar que tomou o poder após um golpe de Estado no Níger acusou Paris neste sábado (9) de implantar suas forças em diversos países da África Ocidental com o objetivo de lançar uma "agressão" contra esta antiga colônia francesa.
"A França continua implantando suas forças em vários países da Cedeao (Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental) como parte dos preparativos para uma agressão contra o Níger, em colaboração com esta organização", disse o coronel-maior Amadou Abdramane em um comunicado lido na televisão.
Segundo ele, esse desdobramento ocorre principalmente "na Costa do Marfim, no Senegal e em Benin".
Após o golpe de 26 de julho, a Cedeao ameaçou intervir militarmente no Níger e até iniciou os preparativos para o uso da força no país. A França, que tem 1.500 soldados de uma força antijihadista neste país do Sahel, apoiou a decisão.
As relações entre os militares nigerianos e o antigo poder colonial e aliado-chave na luta contra o jihadismo têm se deteriorado devido à posição da França em relação ao presidente deposto Mohamed Bazoum.
A junta, que deseja a retirada do contingente francês do país, anunciou no início de agosto que estava se desvinculando dos acordos de cooperação assinados com Paris.
O regime afirmou que, em 1º de setembro, houve uma reunião entre o chefe do Estado-Maior nigerino e o comandante das forças francesas no Sahel para discutir "um plano de retirada das capacidades militares francesas".
Esta semana, o Ministério da Defesa francês reconheceu "trocas" com a junta para a retirada de "certos elementos militares" do Níger.
* AFP