A Unesco recomendou, nesta segunda-feira (28), que o sítio de Kasubi, onde estão as tumbas dos soberanos de Buganda, tradicional local do sul ugandês afetado por um incêndio em 2010, seja retirado da lista de patrimônios em perigo após a restauração do sítio histórico.
Situado nas colinas da capital do país, Kampala, esse conjunto de edifícios circulares de madeira e telhados de palha está inscrito desde 2001 como patrimônio mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).
Essa recomendação será submetida aos 21 Estados-membros do Comitê do Patrimônio Mundial que se reúne de 10 a 25 de setembro na capital saudita, Riade.
Segundo a Unesco, a retirada do local da lista de patrimônios em risco teria um forte valor simbólico, dado que 50% dos sítios que aparecem nessa categoria estão no continente africano.
O sítio de Kasubi foi reconstruído com a ajuda de financiamentos internacionais, após um incêndio, em março de 2010, que destruiu grande parte do edifício principal, chamado de Muzibu-Azaala-Mpanga, que abriga as tumbas de quatro "kabakas" (reis) de Buganda, o primeiro dos reinos tradicionais do país.
Construído em 1882 e convertido em sepultura real em 1884, esse antigo palácio dos "kabakas" é "um exemplo excepcional de estilo arquitetônico desenvolvido pelo poderoso reino de Buganda desde o século XIII", segundo a Unesco.
Muito influentes econômica e politicamente, os buganda são muito apegados à sua realeza e veneram Ronald Muwenda Mutebi II, monarca restabelecido de maneira simbólica em seus direitos em 1993.
* AFP